Universitária de MT fica entre 10 melhores do Brasil em empreendedorismo

Estudante criou solo líquido, cujo uso  para cultivo de hortaliças é prático e reduz consumo de recursos hídricos


O solo líquido, desenvolvido na UFMT em Barra do Garças (520 Km de Cuiabá), ficou entre os 10 melhores projetos no concurso de empreendedorismo do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). De autoria da estudante de agronomia Aline Ferreira Ramos, o produto é pensado para a produção de hortaliças e biodiversidade exótica, com praticidade e economia de recursos hídricos.

A embalagem contendo uma solução gelatinosa é capaz de desenvolver a planta, da germinação da semente até o seu consumo, sem que ela precise de abundância em água e muitos cuidados. O protótipo vem sendo aperfeiçoado por Aline, 26 anos, há um ano e dois meses. Ela cursa o 6º semestre de Agronomia, no Campus Araguaia, e, para o trabalho, recebe orientação do professor Márcio de Andrade.    

“O solo líquido é um solo sintético que nós estamos desenvolvendo com concentrações de água e de nutriente que a planta precisa. O foco dele é que ele tem uma pegada de sustentabilidade, porque reduz a concentração de recursos hídricos que é empregado na produção de hortaliças e da biodiversidade exótica”, explica a autora do projeto.    

As plantas exóticas referem-se a chás, temperos condimentados, entre outras típicas das regiões de Cerrado e de Amazônia. Segundo Aline, o produto é pensado para ter variedade, distinguindo a concentração de nutrientes, de acordo com a especificidade de cada planta.    

“Vai ter um tipo de concentração para produzir, por exemplo, a alface e outro diferente para produzir o jambu, que é uma planta típica da Amazônia”, destaca.    

O uso do solo líquido é simples e prático. As sementes são aplicadas no conteúdo em gel, para que se desenvolva dentro da própria embalagem. A partir daí, basta que a pessoa deixe a embalagem aberta em um local de contato com a luz solar.    

“O diferencial do nosso produto é porque ele é muito prático. A pessoa não precisa ter conhecimento de agronomia, conhecimento técnico e nem se dar ao trabalho de regrar essa planta todos os dias.”  

O protótipo ainda esta em fase de ajustes, mas se chegar ao mercado deverá atender principalmente a chamada agricultura vertical, praticada na cidade, sobretudo em residências onde a área para cultivo não existe ou é limitada.    

“É aquela agricultura voltada para apartamentos, para grandes centros urbanos, onde as pessoas não têm espaço para cultivar seu próprio alimento e querem produzir, porque gostam de consumir um alimento mais saudável, livre de pesticida, livres de agrotóxicos.”    

A invenção foi finalista no concurso ITA Challenge Desafio de Empreendedorismo, promovido pelo ITA, sendo o único projeto de Mato Grosso a classificar entre os 10 melhores do Brasil. Recentemente, o projeto também passou para a segunda fase do concurso Cultivando Talentos, do grupo 3M, etapa que tem entre seus classificados outro estudante do Campus Araguaia.  

Aline ainda foi homenageada na Câmara de Vereadores de Barra do Garças e de Pontal do Araguaia com uma moção de aplausos, pelos avanços em pesquisa na região. Ao lado dela também estavam as estudantes de Engenharia Civil Taynáh de Kassia Marques da Silva, de 20 anos, e Eduarda Correia Silva, de 19, criadoras do Concrenox, projeto que ficou entre os 30 melhores no concurso do ITA




Com informações do Agua Boa News

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