Prefeito bolsonarista preso pela PF com 400 Mil em dinheiro vivo deu "placa" para Bolsonaro

Daniel Santana, de São Mateus (ES), prestou homenagem ao presidente em junho, durante viagem oficial ao Estado 


 Sexta-feira, 01 de outubro de 2021 

Preso na manhã da última terça-feira com mais de 400.000 reais em dinheiro vivo em uma operação deflagrada pela PF, o prefeito de São Mateus (ES), Daniel Santana, chamou atenção há pouco mais de três meses durante um evento oficial com a presença de Jair Bolsonaro, na cidade capixaba.

Bolsonarista, o prefeito quebrou o protocolo ao discursar por mais de 20 minutos e fez questão de homenagear o presidente com uma placa.  Na ocasião, o prefeito dividiu o palco montado para a festa com o cantor Law Lima. Juntos, eles cantaram a música “O mito chegou” em ritmo da pisadinha. Sem máscara, o presidente abraçou Daniel e até arriscou alguns passos da dança.

De acordo com a Polícia Federal, a Operação Minucius desmantelou uma organização criminosa dedicada ao cometimento de fraudes licitatórias, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A investigação obteve provas indicando que o prefeito de São Mateus organizou um modelo criminoso estruturado dentro da administração municipal para cometer vários crimes, que começou no seu primeiro mandato (2017-2020) e se perpetuou no atual.

A PF constatou que houve direcionamento fraudulento de licitações nos segmentos de limpeza, poda de árvores, manutenção de estruturas e obras públicas, distribuição de cestas básicas, kits de merenda escolar, aluguel de tendas, dentre outros. E que algumas delas contavam com verbas federais que deveriam ter sido aplicadas no combate à pandemia de Covid-19. As empresas vencedoras deveriam pagar entre 10% e 20% do valor de cada contrato em propinas. No total, foram identificados cerca de 43 milhões em contratos celebrados pelo município.

 O último caso de prefeito bolsonarista preso ocorreu em agosto, quando o prefeito Gilmar João Alba, de Cerro Grande do Sul (RS), foi flagrado com 505 mil reais em espécie no aeroporto de Congonhas (SP) e foi alvo de uma ação da PF dias depois. 



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