Em Cuiabá, mãe apela para que devolvam a filha raptada pelo pai há 100 dias
A enfermeira Marina Pedroso Ardevino luta para reaver a filha Isadora, de 8 anos
Quarta-feira, 27 de outubro de 2021
“São 100 dias que eu não escuto a voz da minha filha. Vocês têm noção do que são 100 dias uma mãe não ter notícia alguma da filha? O que estão fazendo comigo é desumano. O juiz simplesmente sentou no processo e não faz absolutamente nada. Eu estou aqui pedindo socorro, pelo amor de Deus que alguém faça alguma coisa por mim e minha família”. O apelo é da enfermeira Marina Pedroso Ardevino, 34 anos, que luta para reaver a filha Isadora, de 8 anos.
A menina foi raptada pelo pai da criança, o advogado João Vítor Almeida Praeiro Alves e a avó paterna Lilian Almeida. Em julho passado, João Vitor e a avó estiveram em Cuiabá para passar cinco dias com a menina, durante seu recesso escolar.
Mas, ao invés de devolvê-la a mãe, a levaram para cidade de Bauru (SP). No dia (23), eles chegaram a ser presos na cidade paulista onde moram, mas foram liberados. Marina Pedroso mantém guarda compartilhada com o advogado desde março de 2017.
A genitora ingressou com um pedido de busca e apreensão na 5ª Vara Especializada de Família e Sucessões da Comarca de Cuiabá-MT e foi atendida pelo juiz plantonista Luís Fernando Voto Kirche. Mas, segue sem falar ou qualquer notícia do paradeiro da filha. “Quero falar para ela que estou a esperando aqui. Que o irmão dela está morrendo de saudades, os meus pais, os tios, os amigos dela. Para ela voltar para casa”, declarou a enfermeira negando que a filha nunca foi maltratada ou abusada física ou sexualmente como teria alegado o pai.
Chorando e visivelmente abalada, Marina Pedroso se sente desamparada diante da conduta ilegal do pai, que segue sem devolver a menina. “Acho que a Justiça está esperando ele dar um sumiço da minha filha porque em nenhum momento eles determinam o pai para trazer a minha filha para eu ver”, criticou. “O sentimento é de impotência de não poder fazer nada e ficar esperando pessoas que ao meu ver não tem coração”, acrescentou.
Após oitivas feitas pela polícia, o caso foi encaminhado ao Ministério Público e seguiu para o Poder Judiciário. Mas, segue parado. “O que estiver ao meu alcance e o que eu não estiver eu vou buscar para ter minha filha de volta. Porque não me deixam falar com minha filha? A assistência social procurou e o pai não deixou falar, disse que estava passeando com a avó. Ela não frequenta aula, minha filha está em cárcere, minha filha está com quem?”, questionou.
A genitora ingressou com uma ação revisional de guarda e convivência, além de uma ação declaratória de alienação parental e uma de proteção da menor por alteração injustificada da residência. Também pediu a suspensão do direito de convivência. Por telefone, a reportagem tentou manter contato com o advogado João Vitor, mas obteve êxito.
#DEVOLVAMISADORA
Digoreste News/Diário de Cuiabá
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