"Por trás do desastre Brasileiro, a sombra de Bolsonaro" título do editorial francês do Libération de hoje

"Por trás da catástrofe nacional no Brasil, existe um homem, seu presidente eleito Jair Bolsonaro, personificação extrema do populismo de direita"


 Quinta-feira, 15 de abril de 2021 

O presidente, a personificação extrema do populismo de direita, nada fez para conter a epidemia.

Então é isso, uma epidemia fora de controle: 4.000 mortes por dia; hospitais à beira do colapso; o maior número de mortes no mundo nesta semana, três vezes mais do que nos Estados Unidos; e como um acidente nuclear que causa reações descontroladas, uma cadeia de mutações de um vírus que poderia resistir às vacinas, que de qualquer forma são inacessíveis à população em geral. 

Por trás do desastre nacional no Brasil, está um homem, seu presidente eleito Jair Bolsonaro, personificação extrema do populismo de direita que consistia até poucos meses atrás em relativizar a pandemia Covid-19, depois em ridicularizar os portadores de máscara, e finalmente duvidar da urgência da vacinação. E 358.000 mortes depois, é tarde demais: o Brasil se tornou um pária em nível global,

Depois de tentar ignorar o nervosismo dos franceses diante dos perigos da variante brasileira, pelo menos a que se conhece até agora, o primeiro-ministro, Jean Castex, teve que anunciar esta semana à Assembleia Nacional a suspensão do voos entre França e Brasil. É uma decisão totalmente justificada, mas não pode ser suficiente. Na verdade, deixar o Brasil sozinho para enfrentar seu destino não é uma opção real. 

“Hoje, o Brasil não é mais apenas uma ameaça para os brasileiros: tornou-se um problema para toda a comunidade internacional”, explica o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, porque em sua opinião “a pandemia não será controlada no mundo se for não está no Brasil 

”O país certamente tem potencial para sair disso, com sua história heróica e um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Então, como você ajuda um amigo com tendências suicidas? Com paciência, sem dúvida, mas também com muita firmeza.


Matéria traduzida do Jornal Francês "Libération", conforme Link



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