Nebulização de cloroquina mata cinco pacientes em Manaus

Cinco pacientes morreram, incluindo um bebê prematuro, após nebulização de cloroquina na capital do Amazonas


 Quarta-feira, 14 de abril de 2021 

Reportagem da Folha mostra que a ginecologista e obstetra Michelle Chechter tem usado o método para tratar pacientes de covid-19 no IMDL (Instituto da Mulher e Maternidade Dona Lindu), hospital público estadual.

A médica usou Jucicleia de Sousa Lira, 33, como cobaia, fazendo-a gravar um vídeo e assinar um documento autorizando a nebulização.

Mas a paciente morreu 27 dias após o nascimento do filho único.

Só mais uma paciente, além de Jucicleia, autorizou o procedimento: ela sobreviveu, mas só recebeu alta dois meses após a medicação.

A Folha obteve outros quatro relatos de pessoas que receberam cloroquina nebulizada da médica, mesmo sem autorização, e morreram.

Ela alegou que a medicação era apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro e, por isso, sofria resistência.

Chechter também cita Vladimir Zelenko, alvo de uma investigação preliminar de um procurador federal por ter mentido que seu estudo sobre cloroquina havia recebido o respaldo da FDA (a Anvisa americana).

A médica ignorou todas as boas práticas da medicina: usou o tratamento sem aprovação ética de pesquisa (exigência legal no Brasil) e não informou sobre os riscos da medicação (exigido pelas normas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido).


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