Incêndio chega a Estação Ecológica, região única não abrangida no Pantanal

A rica região possui um berçário de peixes e um refúgio para reptéis, como o jacaré, e mamíferos, entre eles a onça-pintada.


  Terça-feira, 29 de Setembro de 2020  

Focos de incêndio ameaçam a Estação Ecológica de Taiamã, uma das poucas áreas que não tinham sido afetadas pelo fogo no Pantanal, em Mato Grosso. As chamas estão nas bordas norte e sul da reserva.

O engenheiro florestal Vinicius Silgueiro, do Instituto Centro de Vida (ICV), afirma que é preocupante a situação da Estação Ecológica. "É uma região única do ponto de vista de biodiversidade, de riqueza, representa muito a riqueza que é o bioma Pantanal e ela vem sendo ameaçada pelo fogo já algumas semanas e nos últimos dias uma frente de fogo que chegou pela divisa sul da estação ecológica entrou nessa unidade de conservação e está ativa, segundo informações que temos do satélites que fazem esse monitoramento”, disse.

A estação ganhou esse nome por causa de um pássaro muito comum na região, o Taiamã. Ela foi criada em 1981, com 11,5 mil hectares. A região é rica um berçário de peixes e um refúgio para reptéis, como o jacaré, e mamíferos, entre eles a onça-pintada.

A Estação Ecológica tem abundância de espécies de animais, tanto que o turismo de observação de onças e pássaros tem se desenvolvido abruptamente. O incêndio só não entrou na estação porque brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lutam há dias para evitar o avanço. O problema é que o fogo chegue à estação em um momento que ela já está desprotegida.

 Rio e lagoas da Taiamã são abastecidas pelo Rio Paraguai, que enfrenta a pior estiagem em 50 anos. Na maior parte do Pantanal mato-grossense não chove há 140 dias e a chance de virada no tempo até sábado é de praticamente zero, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A seca é tão forte que já falta água potável para as famílias pantaneiras, que estão sendo ajudadas por voluntários. Muitos focos de calor estão em locais de mata fechada, o que complica ainda mais o trabalho do Corpo de Bombeiros.

O acúmulo de folhas secas ajudam ainda mais a propagação das chamas. A temperatura máxima prevista passa dos 40ºC em quase todos os dias desta semana e a umidade é baixa, condições que pioram o combate ao fogo.



Digoreste News com TVCA


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