Morre John Lewis, deputado e pioneiro no ativismo dos direitos civis nos EUA

Última aparição do congressista foi em junho, quando visitou a praça Black Lives Matter, em Washington, em meio a protestos antirracistas no país


John Lewis, o pacifista defensor dos direitos civis dos negros que marchou com Martin Luther King Jr e foi congressista durante décadas, morreu aos 80 anos, anunciou nesta sexta-feira, 17, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

"Hoje, os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história", declarou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em nota.

Pelosi descreveu Lewis, que não resistiu a um câncer de pâncreas, como "um titã do movimento dos direitos civis cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação".

Filho de meeiros, Lewis foi um dos mais jovens integrantes dos "Viajantes da Liberdade", que lutaram contra a segregação racial no sistema de transporte público dos Estados Unidos no início dos anos 1960, e se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade.

Quando a Câmara votou em dezembro de 2019 o impeachment do presidente Donald Trump, as palavras de Lewis se destacaram das demais: "Quando você vê algo errado, injusto, você tem a obrigação moral de dizer alguma coisa, de fazer alguma coisa. Nossos filhos e netos vão perguntar 'O que você fez? O que você disse?' Para alguns, esse voto pode ser difícil. Mas temos a missão de estar do lado certo da história."

Em entrevista ao programa CBS This Morning, em junho, Lewis disse que o vídeo que mostra George Floyd sendo asfixiado por mais de oito minutos "foi tão doloroso que me fez chorar". Ele disse ainda: "as pessoas agora entendem sobre o que é a luta. É um outro passo em uma jornada muito, muito longa em direção à liberdade e justiça para toda a humanidade". /AFP e New York Times;Estadão

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