ATENÇÃO - Proposta de educação a distância dos gestores é falaciosa

  EDUCAÇÃO  


A secretária adjunta de Políticas Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), professora Maria Luiza Zanirato, alertou para a proposta improvisada, anunciada na primeira semana de abril, pela Secretaria de Estado de Educação, Marioneide Kliemashewisk, em entrevista à uma emissora de tevê. No comunicado público anunciou medidas que serão implementadas para restabelecer a aprendizagem dos estudantes da rede estadual, durante o período de quarentena.

“A proposta de Aulas de Educação à Distância (EaD) e atividades através do site do órgão são práticas consideradas de pouca eficiência sem intervenção pedagógica. Atividades na modalidade de Educação a Distância necessitam de toda uma estrutura e autorização dos órgãos competentes”, alerta a professora.

Segundo a dirigente sindical, que integrou por duas vezes o quadro do Conselho Estadual de Educação, a medida estadual, defendida inclusive pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), pode até ser aplicada de forma complementar para manter e qualificar a aprendizagem já acumulada. Contudo, destaca, “considerar essas atividades como carga horária e dias letivos é temerário. Não sabemos quantos alunos ou profissionais da educação participarão, quais conhecimentos serão trabalhados, quais matérias ou conteúdos da matríz curricular”, disse e afirmou que se trata de “faz de conta”.

O posicionamento de Maria Luiza, assim como dos dirigentes do Sintep/MT, é respaldado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Em Nota publicada no site da entidade e replicada nos sindicatos de educadores a ela filiados, manifesta que a proposta de EaD, mesmo com regulamentação só pode ser ofertada, tanto na rede pública, como na rede privada, com autorização prévia de conselhos de educação.

“É preciso considerar ainda, a parte da legislação que defende a garantia e o acesso de todos/as (estudantes e profissionais da educação) e em condições isonômicas, a fim de assegurar o padrão de qualidade universal da educação”, ressalta a dirigente.

O mesmo posicionamento defendido pelo Sintep/MT e CNTE integrou um manifestou publicado pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). No texto, a entidade elenca alguns motivos para não se aplicar a EaD na Educação Básica. Entre eles: EaD é inviável e ilegal para a Educação Infantil; EaD não é adequada para o Ensino Fundamental; EaD não é uma realidade para o Ensino Médio; ou, há o oportunismo das empresas de tecnologia e de comunicação, estiveram entre os argumentos citados.  

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