Secretária de Anielle Franco pede demissão do governo Lula e dispara críticas

 

 Quarta-feira, 09 de abril de 2025 

A secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Márcia Lima, pediu demissão nesta terça (8) disparando fortes críticas à comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à própria pasta comandada por Anielle Franco.

Embora tenha elogiado a atuação interna do Ministério da Igualdade Racial, considerando a comunicação como “a melhor de toda a Esplanada”, Lima apontou que há um problema mais amplo na divulgação geral das realizações do governo.

“O problema não é a comunicação do ministério, eu acho que é a comunicação do governo sobre o ministério. E também sobre alguns ministérios, não somente o MIR”, declarou em entrevista à Folha de S.Paulo. A demissão ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta (9).

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República afirmou que tem trabalhado “de forma contínua” para promover a integração e o alinhamento da comunicação entre os diversos órgãos do governo. “Esta gestão tem o compromisso de informar com transparência e diálogo, levando a informação de maneira clara e acessível à sociedade”, pontuou (veja na íntegra mais abaixo).

A reportagem também procurou o MIR e aguarda retorno.

Márcia Lima afirma que o modelo atual de comunicação do governo compromete a visibilidade de ações relevantes, contrariando o próprio lema do governo, “União e Reconstrução” determinado por Lula no começo deste terceiro mandato.

Ao sair da pasta, a secretária anunciou que assumirá a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na esperança de ter mais autonomia para sua atuação.

Já entre as críticas diretas ao próprio ministério, Lima afirmou que a estrutura interna limita a capacidade dos secretários de negociarem diretamente com outros órgãos, exigindo frequentemente o envolvimento de ministros e até do próprio presidente da República.

“O nosso limite de negociação, de possibilidade, de construção com os outros ministérios tem um teto. Então eu acho que, por ser um governo com muitos ministérios, isso dificulta a construção dessas pautas transversais. Em algum momento, eu saí mapeando com quem eu devia dialogar”, disse em referência aos 38 ministérios do governo.



DigoresteNews/GazetadoPovo

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