Vídeo mostra vereador Paccola ensinando a matar durante curso (Veja Vídeo)
Esse conceito de eu querer verbalizar senhores, não existe, repete o vereador durante curso para magistrados do TJMT
Segunda-feira, 04 de julho de 2022
O Tenente Coronel Paccola, de 38 anos, que atualmente exerce a função de vereador por Cuiabá-MT, que na noite da última sexta feira (01) executou pelas costas o agente penitenciário Alexandre Miyagawa (41), conhecido por ‘Japão', ensinou magistrados de Mato Grosso a matarem, durante curso de autodefesa.
Paccola entrou para os quadros da Polícia Militar em 2003 como aspirante e já pertenceu aos quadros do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar(Bope), é bacharel em segurança pública e exerce seu primeiro mandato na Câmara de Cuiabá.
Em evento realizado dos dias 24 a 26 de Junho de 2019 na Escola Superior da Magistratura do estado de Mato Grosso (Esmagis-MT), Marcos Eduardo Ticianel Paccola, ou, Tenente Coronel Paccola, atuava como um dos coordenadores de segurança do Tribunal de Justiça, e, na ocasião, foi instrutor da 1ª edição do Curso de Segurança Institucional e Autodefesa para Magistrados.
Foi cobrado o valor de R$ 450 nas inscrições, que foram destinadas para 30 magistrados, para o treinamento com duração de 30 horas/aulas, em período integral. A programação do curso foi dividia em quatro partes e para capacitação em técnicas de segurança pessoal, especificamente desenhadas para a magistratura, aplicação de técnicas e normas de segurança, informações sobre vigilância eletrônica e técnicas de autodefesa, manuseio e emprego de armas de fogo e direção defensiva e evasiva.
Ensinando a matar
É possível ver Paccola, no vídeo gravado durante o curso, afirmando que os magistrados teriam que atirar para matar. “Aonde está a diferença?”, questiona o vereador durante o curso. Mais adiante ele afirma, “é eu transferir para o criminoso se você estará vivo ou não? Esse conceito de eu querer verbalizar senhores, não existe. Não existe. Na hora que os senhores pegarem uma arma de fogo na mão, esqueça verbalização”, afirmou o vereador durante o curso segurando uma arma.
Paccola também disse para os magistrados que precisa atirar, “a pessoa que chega com uma arma na mão, independente se é de verdade ou não e se eu chegar nessa situação…dá tempo? Não dá tempo”, disse o vereador durante o curso, na época, na Esmagis/MT.
Ele ainda pede para um homem que o auxiliando para que ele atirasse (a arma está sem balas) e ele atira.
Paccola diz então: “eu vou chegar em uma situação com ele e por mais que eu consiga desviar, fazer matriz, não vai. Então se eu estou em uma situação e ele está de costas e armado, ou você saca (o revolver), ou se você saca (o revolver) atira até ele cair. Mais quantos tiros eu dou? Até ele cair. Quantos tiros eu dou? Até cair”, diz Paccola para juízes e juízas de Mato Grosso durante o curso.
A demonstração do vereador é a mesma ocorrida na morte de Alexandre Miyagawa, de 41 anos, o ‘Japão’ que estava armado e de costas para o vereador e ele atirou várias vezes pelas cotas, até o servidor cair.
Paccola prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil por quatro horas e foi liberado. Segundo a Polícia, responsável pelas investigações, o vereador deve responder na justiça por homicídio doloso duplamente qualificado por motivo fútil e a pena em abstrato varia de 12 a 30 anos de cadeia.
Paccola já foi preso na Operação Coverage e denunciado pelo Ministério Público de pertencer a uma suposta quadrilha que teria adulterado registro de armas de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema de informatização da Superintendência de Apoio Logístico da Polícia Militar.
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