Queimadas em Mato Grosso aumentam 25% e ficam proibidas a partir de sexta

Proibição do uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais segue até 30 de outubro próximo


 Quinta-feira, 30 de junho de 2022 

Mato Grosso inicia, nesta sexta-feira (1º), o período proibitivo de queima em toda a zona rural localizada no território mato-grossense.

A medida é preventiva em razão da alta probabilidade de ocorrência de incêndios florestais diante dos baixos índices de chuvas.

Neste ano, o Governo do Estado prevê investimento de aproximadamente R$ 60 milhões em aquisições e operações ambientais contra as queimadas e desmatamento ilegal.

A proibição começa em um momento que o Estado lidera o ranking nacional em focos de calor com 6.653 ocorrências desde janeiro deste ano até esta última quarta-feira (29).

Essa quantidade representa um aumento de 25%, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 5.306 queimadas, além de ser quase o mesmo número verificado em 2020 (6.599), quando o Pantanal teve cerca de 30% de sua área devastada pelo fogo.

Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em segundo lugar no ranking, aparece o Tocantins, com 2.659 pontos de calor, seguido do Maranhão (1.654) e da Bahia (1.606).

Dentre os 10 municípios com maior número de ocorrências, oito estão localizados em Mato Grosso: Feliz Natal (455), Nova Ubiratã (439), União do Sul (360), Nova Maringá (348), Tangará da Serra (330), Marcelândia (296), São Félix do Araguaia (254) e São José do Rio Claro (231).

Em todo país, são 21.864 focos até o momento neste ano.

Os dados do Inpe revelam ainda que a maioria (47.9%) dos focos atinge o Cerrado (10.469).

Depois, a aparecem a Amazônia (7.274), bioma que tem um aumento de 19% dos pontos de queimadas detectados, e o Pantanal (503), que tem um incremento de 41% das ocorrências agora em 2022 se comparado ao ano passado.

A região pantaneira é uma das que concentram as ações de prevenção e combate do Estado.

Há pouco mais de uma semana, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) deu início aos aceiros no Parque Estadual Encontro das Águas, localizado no Pantanal mato-grossense, em Poconé (104 km ao sul de Cuiabá).

Por lá, serão realizados 100 km de aceiros lineares ao longo da área. “Iniciamos as atividades de aceiros mecânicos com o objetivo de estabelecer as medidas de prevenção contra os incêndios florestais, antes do período proibitivo de 2022”, informou o Raimundo Fagundes, gerente Regional do Parque Estadual Encontro das Águas.

Outra iniciativa é formação de brigadistas comunitários.

No total, nove cursos foram ministrados, com a formação de 230 brigadistas em 2022. Nos dias 25 e 26 deste mês, mas quatro turmas foram capacitadas de forma simultânea em quatro comunidades de diferentes municípios mato-grossenses.

As comunidades abrangidas foram: Quilombo Itambé, em Chapada dos Guimarães; Monumento Natural Morro Santo Antônio, em Santo Antônio de Leverger; Parque Estadual Serra de Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade; e Parque Estadual Dom Osório Stoffel, em Rondonópolis.

A proibição das queimadas está prevista no decreto 1.356/2022, que estabelece emergência ambiental entre os meses de maio a novembro e determina a proibição do uso de fogo para limpeza e manejo de áreas de 1º de julho a 30 de outubro próximo.

O uso do fogo em áreas urbanas é proibido o ano todo.


GUARDIÕES DO BIOMA 

No último dia 21 deste mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou a segunda edição da Guardiões do Bioma – Combate a queimadas e incêndios florestais.

As operações são realizadas em Mato Grosso, Acre, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A ação conta com um efetivo de 1250 combatentes por mês nos estados, 1800 agentes da Força Nacional e mais de 3 mil brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e PrevFogo/Ibama.

A atuação ocorre em 15 estados da Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga.


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