Bolsonaro disse que a gasolina brasileira é a mais barata do mundo, porém, tem 89 países com menor preço

Segundo a consultoria Global Petrol Prices, a Venezuela tem a gasolina mais barata no mundo. De acordo com o ranking, o Brasil ocupa a 90ª posição.


 Segunda-feira, 14 de março de 2022 

Após passar dias criticando a Petrobras por causa do reajuste no preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na noite de sábado (12/3), em participação por videoconferência do Congresso Brasil Profundo, que a gasolina brasileira é uma das mais baratas do mundo.

“Os problemas que temos no momento: temos inflação sim, aumento dos combustíveis, mas isso acontece no mundo todo. Estamos dando o melhor de nós. Quem pesquisa e vê sabe que uma das gasolinas mais baratas do mundo é a nossa. Nós também estamos sofrendo, mas não tanto quanto os povos aí fora”, declarou Bolsonaro.

O mandatário do país não apontou em quais dados se baseia para tal informação. Porém, uma das mais importantes consultorias do assunto no mundo mostra um ranking em que o Brasil realmente tem o preço da gasolina abaixo da média mundial.

Segundo a consultoria Global Petrol Prices, a Venezuela é o país com o combustível mais barato no mundo, entre 170 países e territórios analisados em seu mais recente relatório semanal, divulgado em 7 de março. De acordo com o mesmo ranking, o Brasil ocupa a 90ª posição, atrás de países como Estados Unidos e Paraguai. Hong Kong é o mais caro. Considerando apenas a gasolina, o país fica em 81º lugar.

A gasolina, em média, é vendida a US$ 1,29 no mundo, com base no dia 7 de março. Enquanto isso, no Brasil, a US$ 1,287. Na Venezuela, por exemplo, o valor de um litro é US$ 0,025.

A consultoria explica que as diferenças entre os preços da gasolina no mundo devem-se a vários tipos de impostos e subsídios para a gasolina. “Todos os países compram o petróleo nos mercados internacionais pelos mesmos preços, mas impõem diferentes impostos. É por isso que o preço da gasolina a retalho resulta diferente”, explica.

O presidente reiterou ter sancionado na noite de sexta-feira (11/3) o projeto de lei que fixa a cobrança de ICMS para combustíveis e zera o PIS/Cofins para diesel, óleo e gás de cozinha.

O evento organizado pelo Instituto Consevador-Liberal e pelos movimentos de direita foi realizado em Londrina, no Paraná, com a presença de diversos bolsonaristas. Nomes, como os dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (União-SP), filho 03 do presidente; Carla Zambelli (União-SP); e Filipe Barros (União-PR); da deputada estadual Ana Carolina Campagnollo (União-SC); e do presidente do PTB de São Paulo, Otávio Fakhoury, estiveram presentes.

Na última quinta-feira (10/3), a Petrobras anunciou aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias, além de 16,1% no gás liquefeito de petróleo (GLP). O reajuste começou a valer na sexta-feira (11/3).


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