Brasileira deportada dos EUA diz que "Mulheres mostravam os seios para ganhar comida"

Ela contou ter sido obrigada a conviver com o frio em uma cela e descreveu a situação como "humilhante"


 Domingo, 13 de fevereiro de 2022 

Um avião com 312 pessoas deportadas dos Estados Unidos pousou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), na última sexta-feira (11). Uma das brasileiras relatou ao portal G1 o tratamento desumano pelo qual passou.

"Era uma garrafinha de água de 500 ml por dia, fiquei cinco dias sem tomar banho e escovar os dentes, alimentação só com burrito, laranja e maçã. Algumas mulheres chegavam a mostrar os seios aos guardas para ganharem comida", afirmou.

Ela saiu do Brasil junto com os pais e uma irmã. Em 29 de janeiro, a família chegou aos Estados Unidos. "A patrulha pegou a gente e jogou nossos pertences no lixo, só não jogou eletrônico, dólar e medicamento", contou ela, que não foi identificada pela reportagem.

Ela contou ter sido obrigada a conviver com o frio em uma cela e descreveu a situação como "humilhante". Os pais da mulher foram deportados há uma semana.

Um outro deportado disse a reportagem que viajou com o pai e o irmão. Os dois ainda estão nos Estados Unidos: "Alguns policiais são prestativos. Outros, não gostam de imigrantes, só dão má resposta. Eles diziam: 'Aqui não é a casa de vocês, vocês não estão no país de vocês. Voltem para o país lixo".

As celas, de acordo com ele, não eram limpas. Ao menos dez pessoas contraíram covid-19. "Nós viemos algemados nas mãos, na barriga e no pé. Me senti um criminoso", finalizou.


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