Presidente da petrobras assume que Bolsonaro não vai segurar preço de combustível, risco é ‘zero’

Ele diz que o presidente Jair Bolsonaro e os ministros Bento Albuquerque e Paulo Guedes estão convencidos que isso não é solução


 Sábado, 02 de outubro de 2021 

O risco é “zero” de a Petrobras atuar para segurar os preços dos combustíveis no país em meio a um período de valores elevados que pressionam a inflação e o orçamento dos brasileiros, disse o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, em entrevista à Reuters.

Isso significa que, se os preços do petróleo ou o câmbio se moverem para novas altas estruturais, a Petrobras terá de reajustar os preços de gasolina e diesel para manter sua política de seguir a paridade com as cotações globais, apesar de pressões contrárias de parte da sociedade, afirmou o executivo.

A declaração desmonta os ataques feitos pelos governistas contra os governadores de estado, porém, tenha certeza que tanto Bolsonaro, quanto seus asseclas,  continuarão atacando os governadores, uma forma de fake news e jogo sujo praticado pelo Planalto para esconder suas culpas de má gestão. 

A Petrobras promoveu nesta semana um reajuste no preço do diesel de cerca de 9%, e com altas anteriores o combustível nas refinarias da empresa acumula aumento de mais de 50% no ano, assim como a gasolina, gerando manifestações de políticos para que a petroleira estatal tenha uma “função social” de aliviar a inflação.

“A chance disso (segurar preços) acontecer é nenhuma”, disse o general da reserva em entrevista por telefone na noite de sexta-feira, ao comentar a importância de a Petrobras ser guiada pelas regras de mercado na definição dos preços.

“Eu considero zero. A Petrobras é uma empresa muito bem regulada, com normas de conformidade. Nenhum colegiado vai aprovar uma coisa dessas”, completou ele, ao ser questionado sobre os riscos de a empresa voltar a ser utilizada como instrumento de controle de inflação.

“Nosso presidente (Jair Bolsonaro), ministro de Minas e Energia (Bento Albuquerque), ministro da Economia (Paulo Guedes), todos estão convencidos que isso não é solução, é destruição do esforço que foi feito para recuperar a companhia”, destacou Luna.

O general da reserva destacou que a empresa tem de respeitar a Lei da Estatais e seguir regras de governança e a política de PPI (preço de paridade de importação), que não será abandonada.

“A empresa tem que seguir a métrica de preços internacionais, não tem jeito”, refutando comentários de que a Petrobras teria que zelar por uma modicidade de preços, sem pensar apenas no lucro.


PRESSÃO DO PETRÓLEO

O presidente da Petrobras afirmou que a expectativa é que o último trimestre do ano seja de pressão altista de preços do petróleo por conta da maior demanda por derivados no Hemisfério Norte.

E afirmou que está na torcida para um alívio da cotação do dólar frente ao real para compensar a perspectiva de alta do barril do tipo Brent.

Luna reconheceu que se dólar e Brent continuarem subindo, a estatal terá que voltar a discutir a possibilidade de mudanças estruturais de cenário.

“Estamos na tempestade perfeita. O dólar deu uma descolada monstruosa e até incompreensível… todos no Brasil torcem pela queda do dólar, mas eu torço mais que todo mundo”, afirmou.


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