Vereadora do interior de MT diz que retorno as aulas presenciais é tragédia anunciada

Elaa lembra o triste cenário da pandemia de uma nefasta política da morte adotada pelo Governo Bolsonaro, apegado ao negacionismo e com interesse espúrio


 Sexta-feira, 10 de setembro de 2021 

É muito comum vermos nas campanhas políticas discursos inflados de preocupações com a educação, com as crianças, que sempre são alçadas ao papel de futuro da nação. E neste momento impar dentro do contexto pandêmico não é muito diferente, nas últimas semanas muitos foram os embates travados no campo do debate político acerca da volta às aulas, defendido pelo Poder Público, principalmente o Executivo e partes do Legislativo que somados ao Judiciário, apresentaram um Plano Sanitário de Volta às Aulas, no entanto, é preciso refletirmos sob o que ficou declarado nos discursos destes setores.

Após o intransigente acionamento dos profissionais da educação para que retornassem presencialmente às escolas, a Vereadora da cidade de Cáceres-MT (204 Km de Cuiabá) Profa. Mazéh Silva, convocou Audiência Pública que possibilitasse que os profissionais fossem ouvidos, numa tentativa de que os gestores públicos fossem chamados a razão.

Vivemos um triste cenário em decorrência da pandemia, mas também de uma nefasta política da morte adotada pelo Governo de Jair Bolsonaro, que apegado ao negacionismo e com interesse espúrios, já amplamente divulgados e denunciados na Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Covid-19, não disponibilizou vacinas suficientes para vacinar a população.

À guisa destes fatos, os profissionais da educação, setor que sofreu percas lastimáveis nos últimos meses, fazem coro em dizer que o retorno ás aulas presenciais precisam ser feitas com responsabilidade e isso significa que as escolas primeiro sofram readequações e reformas que garantam, sobretudo, uma estrutura capaz de suportar as medidas de biossegurança, e evidentemente a vacinação completa dos profissionais da educação.

Nas audiências públicas, os discursos que insistem que os profissionais voltem às salas de aula, sem o mínimo de segurança, giram em torno de que não há lugares 100% seguros, é evidente nesse sentido, que o poder público reconhece que estão encaminhando seus servidores para uma tragédia anunciada, e reconhecem também que a maioria das escolas não dispõe de estrutura para isso, mas preferem arriscar a vida de centenas de trabalhadores a reavaliar a situação e a medida. Talvez por isso, é que os professores além de retornarem às aulas presenciais, têm que assinar um termo de responsabilidade, transfere-se o papel de quem deveria usar das estruturas disponíveis para assegurar seus trabalhadores, para a individualidade.

Por fim, se a Prefeitura junto ao seu Staff e vereadores assumem que muitas Escolas Municipais não são ambientes seguros, como observado nos discursos proferidos nas Audiências, e nosso professores tem cumprido com sua responsabilidade de garantir, mesmo sem o devido apoio do poder público, o acesso à educação para os estudantes das escolas municipais de Caceres, por que enviaremos nossos alunos e professores, para essa tragédia?

A quem interessa esse retorno irresponsável? As estatísticas apontam que o Brasil é um dos países onde mais se morreu crianças vítimas da covid-19 e estamos assumindo a responsabilidade de enviá-los para um ambiente que pode aumentar essa estatística.

Infelizmente, o poder público e aqueles que não se colocarem a favor do bom senso, serão coniventes com os resultados possíveis dessa tragédia. E a história é implacável com aqueles que negam ao seu povo o direito de se protegerem e de vida em momento como estes.

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