Bento XVI diz que legalização de casamento homossexual é “distorção de consciência”

União entre pessoas do mesmo sexo vai contra todas as culturas da humanidade, disse o Papa Emérito


 Segunda-feira, 20 de setembro de 2021 

O Papa Emérito Bento XVI demonstrou preocupação quanto à legalização do casamento homossexual na introdução do livro “La Vera Europa” (A Verdadeira Europa), compilado de seus textos sobre a identidade e a missão cristãs do Velho Continente, publicado no último dia 16.

No texto, o religioso diz que “a questão do casamento e da família assumiu uma nova dimensão que não pode ser ignorada” após a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo em 16 países europeus.

“Estamos testemunhando uma distorção de consciência que, evidentemente, penetrou profundamente em setores do povo católico”, continuou Bento XVI.

“Isso não pode ser respondido com algum pequeno moralismo ou até mesmo com referências exegéticas. O problema é mais profundo.”


Coragem

O Papa Francisco ficou encarregado de escrever o prefácio do livro, no qual exalta a coragem com que Bento XVI denuncia essa “dramática renúncia à ideia da criação”.

Também ressalta que a Europa de hoje está perdendo o respeito pela vida humana e o senso do sagrado.


Contra todas as culturas

Na introdução, Bento XVI aponta que, apesar de vários povos aceitarem jurídica e moralmente outras formas de união familiar – como a poligamia -, o casamento homossexual vai contra todas as culturas da humanidade.

Escreve, ainda, que os papéis do homem e da mulher no casamento, bem como a essência e o objetivo desse Sacramento – a procriação – são assuntos óbvios à raça humana.

O Pontífice Emérito atribui o surgimento dessas ideias à invenção dos contraceptivos, que deram a possibilidade de se separar a sexualidade da fertilidade.

“Essa separação significa, na verdade, tratar todas as formas de sexualidade como equivalentes”, diz ele. Devido a essa divisão de termos, um ser humano não é mais um presente, mas um produto planejado por outros seres humanos.

A consequência, segundo Bento XVI, é trazer à mente do homem a ideia de que, além de produzir vidas, ele também tem o poder de tirá-las, fazendo alusão aos crescentes casos de eutanásia e de abortos.

No texto, o Papa Emérito mostra que não é uma questão de ser “mente aberta”, mas de saber que há certos limites na natureza impossíveis de se ignorar e, também, de ter consciência sobre quem é o ser humano e qual seu papel no mundo.

“Ou o homem é uma criatura de Deus, feito à imagem de Deus, um presente de Deus, ou é um produto que ele mesmo sabe como criar”, escreveu Bento XVI.

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