Flávio Bolsonaro vota contra projeto para combater lavagem de dinheiro
A emenda que foi aprovada pode mexer com Flávio, que segundo o Ministério Público do RJ gastou quase 1 Milhão em dinheiro vivo na compra de imóveis.
Quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Com o histórico de compra de imóveis em dinheiro vivo, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) votou contra o PL 3.951/2019, que proíbe formas de transação em espécie, como forma de dificultar a lavagem de dinheiro no país.
O texto foi aprovado nesta terça-feira, 24, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O filho do presidente Jair Bolsonaro tentou pedir vista da proposta, mas o senador baiano Otto Alencar (PSD), que preside a comissão, negou. As informações são da coluna Radar, da revista Veja.
O PL estabelece veta operações acima de R$ 10 mil e pagamento acima de R$ 5 mil para os que não residem no país. Também proíbe a circulação acima de R$ 100 mil, exceto por empresas de valores, e posso de R$ 300 mil, salvo condições específicas e justificáveis.
O relator Alessandro Vieira (Cidadania-SE) emitiu parecer favorável à aprovação, com a inclusão da emenda que também veda uso de dinheiro em espécie em transações imobiliárias. A proposta segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e, depois, poderá ser encaminhada ao Plenário da Câmara.
A emenda pode mexer diretamente com Flávio, que segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) teria gastou mais de R$ 800 mil em dinheiro vivo para a compra de imóveis.
A proposta segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e, depois, poderá ser encaminhada ao Plenário da Câmara.
Segundo o autor do aditivo, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR),esse tipo de operação é rotineiramente usada para esconder patrimônio de origem não justificada ou lavar dinheiro obtido ilegalmente.
Negócios do Flávio
A conta bancária da loja de chocolates da qual o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é sócio, na Zona Oeste do Rio, recebeu sucessivos depósitos fracionados de dinheiro em espécie ao longo de mais de três anos. As informações constam em registros de movimentações financeiras obtidos pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que evidenciam também a existência de um padrão envolvendo operações, com números redondos, pouco comum para o dia a dia de um estabelecimento comercial.
No total, foram 1.512 depósitos em dinheiro vivo. Durante o período considerado, o banco responsável pela conta estava obrigado a comunicar instituições de controle de atividades financeiras sobre qualquer depósito em dinheiro vivo que ultrapassasse o limite de R$ 10 mil. Apenas uma operação de crédito na conta da loja estourou esse limite — todas as outras aconteceram sem que fossem repassadas aos órgãos em questão.
Flávio comprou 19 Imóveis
Ao pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), no dia 15 de abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou indícios de que o parlamentar tenha utilizado a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro.
Segundo os promotores, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou 3,089 milhões de reais em transações imobiliárias em que há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”. No período, ele investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos. Faturou mais no mercado imobiliário do que como deputado.
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