Com 2.800 mortes em um só dia, Líder de Bolsonaro diz que situação do Brasil é até confortável

Ricardo Barros foi delatado na Justiça por receber mais de R$ 5 milhões em propina da empresa Galvão Participações


  Quarta-feira, 17 de março de 2021  

O líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros (PP), não gosta de números pequenos, tanto em esquema de corrupção quanto em números de mortes de brasileiros pelo coronavírus.

Em uma entrevista hà pouco à GloboNews, Barros teve a cara de pau de dizer que a situação da pandemia no Brasil "é até confortável"

Criando números aleatórios e irresponsáveis, o parlamentar provou ser mais um negacionista, entre os defensores do cruel mandatário do Planalto, e mentiu integralmente na entrevista. 

"Olhe bem a estatística, mortes por milhão, ou seja, o cuidado do sistema de saúde com as pessoas. Reino Unido, 1.853, em 4º lugar, Estados Unidos 1.609 por milhão, em 11º. Brasil, 1.300 mortes por milhão, em 22º lugar.

Depois, ele emendou com mais números inverídicos que deve ter tirado da cartilha do pinóquio:

"Então, nosso sistema de saúde responde, está melhor no tratamento às pessoas do que a maioria dos países de primeiro mundo que estão na nossa frente em número de vacinados. Mas o Brasil é o 5º do mundo em número de vacinados, embora tenha começado mais tarde. A nossa situação, ela não é tão crítica assim, comparada a outros países, é uma situação até confortável. 

Segundo publicação do jornal Americano The New York Times desta terça-feira (16), o Brasil é o 50º país na escala entre os que mais vacinaram, tendo 49 outros países a frente, alguns já com mais de 80% de vacinados, enquanto no Brasil, apenas 7,9% tomaram a primeira dose, número ainda menor quando se refere a segunda dose. 

Um exemplo claro do quanto o Brasil está atrasado, vem do Chile, país que recentemente passou por uma turbulenta crise econômica. Lá, 31% da população já recebeu pelo menos uma dose da vacina. 


Propina milionária

Depoimentos de dois ex-executivos do grupo Galvão, que fecharam acordos de delação premiada na Operação Lava Jato, constam que Ricardo Barros recebeu mais de R$ 5 milhões em propina da empresa.

De acordo com os delatores, o deputado federal  recebeu os valores em propina da empresa Galvão Participações, de 2013 a 2014. Na época, ele era secretário de Indústria e Comércio do Paraná.

Em troca, Ricardo Barros teria intermediado a venda de ativos da empresa São Bento Energia, controlada pelo grupo Galvão, para a Companhia Paranaense de Energia, Copel.

Segundo as investigações, uma parte do valor foi paga em espécie e a outra parte em doações eleitorais oficiais ao PP.

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