Setor metroferroviário faz comparativo em manifesto divulgado a favor do VLT

Representante do modal, apontou a possibilidade de haver um lobby entre o setor rodoviário e o governo 


 Sexta-feira, 22 de janeiro de 2021 

Na última quarta-feira (20), entidades do setor metroferroviário divulgaram uma carta com o comparativo entre o Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), com manifesto de apoio ao VLT, que na comparação teve 12 pontos a favor, enquanto o BRT teve apenas um ponto favorável. 

O documento foi elaborado para discutir, ponto a ponto, 23 atribuições feitas pelo governo de Mato Grosso em comparativo divulgado anteriormente que analisava os benefícios e malefícios de cada um dos dois modais.

No primeiro comparativo, apresentado pelo governo no dia 21 de dezembro, data em que o governador anunciou a mudança dos modais, diversos tópicos negativos foram atribuídos ao VLT.

Contudo, na análise das entidades do setor metroferroviário, que trouxeram parâmetros técnicos da área, 12 pontos são favoráveis ao VLT, 10 são iguais entre os modais e um é negativo para o Veículo Leve sobre Trilhos.

Além dos aspectos apresentados pelo governo inicialmente, como acessibilidade, impacto no trânsito outros, a análise do setor também explorou outras categorias como: tipo de obra; licenças ambientais; projeto executivo e aspectos técnicos não abordados. Em todas estas o VLT prevaleceu positivamente.

O documento foi assinado por 6 entidades: Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários (Simefre); Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer); Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP Trilhos); Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP); Associação Latino-americana de Estradas de Ferro (ALAF) e Instituto de Engenharia.

Junto ao relatório comparativo, as entidades também divulgaram uma carta em manifesto pró-VLT. Ao final do documento, os grupos que assinam o pedido cobram que um debate ao público seja feito para que os aspectos sejam efetivamente colocados à prova.

“Em respeito à engenharia, aos estudos nacionais e internacionais, aos projetos de sucesso já implantados, aos procedimentos administrativos e legais, às portarias interministeriais que norteiam o setor, aos recursos públicos já investidos, aos contratos de financiamento público em curso, propomos um amplo debate público para que a verdade venha à tona e com ela fique definitivamente claro que a decisão correta para o caso em tela é terminar a obra do projeto VLT Cuiabá-Várzea Grande”, diz trecho do documento.

O presidente da Abifer, Vicente Abate, declarou que acredita que todo o estudo foi elaborado com a finalidade de dar um retorno à sociedade sobre o tema. A liderança pontuou também que, ainda no mês de outubro de 2020, as entidades haviam chamado o governador para diálogo sobre o modal, mas nenhuma reunião sobre a pauta foi realizada.

“Fizemos esse manifesto porque vimos a evolução do BRT em Mato Grosso, com aprovação da Assembleia. E no fim a gente precisava dar uma resposta à sociedade, principalmente porque é a população que mais sofre, que não tem o sistema. Já está há seis anos esperando e acaba sendo surpreendida”, disse o presidente da Abifer.

Vicente Abate apontou a possibilidade de haver um lobby entre o setor rodoviário e o governo que supostamente poderia basear a troca dos modais sem consulta pública.

“Não queremos entrar nesse mérito, mas deve haver um lobby muito forte do setor rodoviário junto ao governo para poder estabelecer essa alteração do modal sem qualquer embasamento”, disse.



 Digoreste News com portal GD 


Nenhum comentário