Dia “D” da Vacina: Doria vence a batalha, mas Bolsonaro desesperado tenta vencer a guerra

Vacina foi autorizada neste domingo pela Anvisa, que ainda negou eficácia em tratamento precoce


 Segunda-feira, 18 de janeiro de 2021 

Ao classificar como “jogada de marketing” a vacinação da primeira pessoa no país contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deu a tônica de como será a contraofensiva do governo federal em relação à tentativa do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em capitanear politicamente todos os frutos políticos decorrentes do início da vacinação no país.

Neste domingo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial tanto da CoronaVac quanto da vacina de Oxford. Entretanto, apenas o imunizante elaborado em parceria com o Instituto Butantan com a empresa chinesa Sinovac, está disponível no Brasil. O governo federal ainda aguarda um primeiro lote com 2 milhões de doses da vacina de Oxford que virá da Índia nos próximos dias, segundo o ministro da Saúde.

A CoronaVac foi, sem dúvidas, uma conquista de João Doria, que teve que lutar contra o negacionismo do governo Bolsonaro, que mesnosprezou a vacina, fez publicações agressivas dando até apelido ao governador de São Paulo, além de dizer em live e publicações, que não compraria a vacina, que ele chamou de Vacina do Doria. 

Bolsonaro e seus seguidores defenderam durante todo período de pandemia, o uso de Cloroquina e outros medicamentos tratamento precoce sem nenhuma comprovação científica de eficácia. Porém, técnicos e diretores da Anvisa defenderam no domingo a ciência e a segurança das vacinas, destacando a ausência de alternativas terapêuticas contra a covid-19. 

Instantes após a Anvisa dar parecer favorável ao uso emergencial da CoronaVac, o governador de São Paulo realizou um evento para vacinar a primeira pessoa no país contra a Covid-19: a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos. A solenidade irritou o presidente da República, Jair Bolsonaro, segundo informaram fontes palacianas. Conforme assessores próximos a Bolsonaro, o presidente da República enxergou no gesto uma tentativa de Doria obter uma imagem marcante para incluir em sua campanha eleitoral para 2022, apesar de que Bolsonaro queria colher os frutos da planta que não plantou, nem regou, muito menos contribuiu.

A insatisfação do governo federal também ficou clara na coletiva concedida pelo ministro da Saúde. “Senhores governadores, não permitam movimentos político-eleitoreiros se aproveitando da vacinação em seus estados. O nosso único objetivo neste momento tem de ser o de salvar mais vidas, e não o de fazer propaganda própria”, disparou Pazuello, eterno negacionista, que nunca moveu uma palha para salvar vidas.

Em seguida, Doria rebateu: “A vacina é uma lição para vocês, autoritários que desprezam a vida, que não têm compaixão, que desprezam a atenção, a dedicação e a necessidade de proteger os brasileiros. Vocês não fizeram isso”.

Integrantes do Palácio do Planalto admitem em caráter reservado que Doria venceu a batalha neste momento, mas que o governo federal vai trabalhar para reverter a situação e capitanear, para o presidente da República, os méritos de uma vacinação em massa a partir de agora. Conforme um assessor palaciano, “perdemos a batalha, mas não a guerra”. Lembrando que eles farão a vacinação a partir do uso da vacina que eles tanto pregaram contra, chegando a comemorar um interrompimento da fase de testes.

Segundo fontes, o governo Bolsonaro vai tentar melhorar sua imagem usando como trunfo a distribuição gratuita de vacina, porém, no mundo inteiro é assim, mas, lá nas grandes potências e até em pequenas, já se vacina a cerca de 30 dias, vindo o Brasil a ser um dos que mais demoraram a vacinação, peso que jamais sairá das costas de Bolsonaro. 




Digoreste News, G do P. 

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