Especialistas afirmam que álcool é porta de entrada dos jovens para as drogas

Há uma falta de perspectiva, de esperança para nossa juventude, a falta de ocupação, isso também é preocupante”

 Sábado, 12 de Dezembro de 2020 

Um seminário promovido pela Comissão de Seguridade Social nesta terça debateu os efeitos sociais do consumo de álcool e a dependência química na adolescência e as políticas públicas para combater o problema.

A psiquiatra e pesquisadora da USP Camila Magalhães Silveira disse que o Brasil tem um dos piores padrões de consumo de álcool do mundo.

Um em cada quatro jovens está na categoria do chamado beber pesado episódico, ou seja, bebem em grandes quantidades, cinco ou mais doses, de uma só vez.

A psiquiatra alerta para o fato de que o jovem que bebe está mais sujeito a ter contato com outras drogas.

“A chance de alguém oferecer droga para aqueles indivíduos que bebem entrem os amigos é maior do que para aqueles que não bebem. Por exemplo, maconha. Aí, daqueles que fazem uso da maconha, a chance de eles experimentarem cocaína é maior do daqueles que não usam maconha e assim por diante. Então, de fato o álcool pode ser porta de entrada sim para os jovens para uma série do outras drogas porque fazer parte do grupo que faz uso abusivo do álcool o expõe a outras substâncias”

A psiquiatra aponta como uma das medidas necessárias para minimizar o problema a maior fiscalização da venda de bebidas para menores, que já é proibida no Brasil.

A própria Associação Brasileira de Psiquiatria recomenda que as famílias não incentivem o consumo de álcool entre os adolescentes.

Dados da associação apontam que quanto mais precoce o uso de álcool e outras drogas, mais chances há de desenvolver a dependência.

A presidente da Comissão de Seguridade Social, deputada Elcione Barbalho, do PMDB do Pará, aponta para a necessidade de políticas para o jovem.

“Começa que invadem todo o dia a sua casa as propagandas muito bem elaboradas, muito bem feitas, que incentivam uma sociedade consumista, é comer com os olhos. Existe uma questão de falta de perspectiva, de esperança principalmente para nossa juventude, a falta de ocupação, isso também é preocupante”

A deputada defendeu a aprovação do projeto de lei que proíbe a publicidade de bebidas alcóolicas, bem como políticas que garantam a escola em período integral e oportunidades de trabalho para os jovens de maneira a não ferir as proibições do Estatuto da Criança e do Adolescente.



Digoreste News, com Camara Legislativa


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