Detida no México sem ter cometido crime, estudante cuiabana tenta voltar ao Brasil

Yasmin buscou as autoridades brasileiras para renovar o visto, porém, eles garantiram a ela que não havia problemas


Cuiabá-MT, 26 - 09 - 2020

A estudante cuiabana Yasmin Andrade, 23, aproveitava seus últimos dias em Cancún, no México, quando no dia 17 de setembro foi abordada pela polícia imigratória e levada em custódia por ter a permissão de estar no país vencida. Mesmo explicando a sua situação durante a prisão, foi encaminhada para a estação imigratória da cidade e é mantida presa desde então.

Há quase 10 dias detida sem ter cometido nenhum crime, a família informou que só conseguiu notícias sobre o estado da jovem depois de entrar em contato com o consulado, quando ela foi localizada. Segundo informações, Yasmin é mantida detida no Instituto Nacional de Migración, Estacion Migratória de Cancún, e sem nenhuma perspectiva de soltura ou volta para o Brasil, pois depende de uma decisão da imigração mexicana para retornar ao Brasil.

No começo da pandemia Yasmin buscou as autoridades brasileiras no país para renovar o visto, mas os agentes do consulado afirmaram que ela poderia continuar no México, sem se preocupar com a renovação do documento, e, mesmo com o visto vencido, quando retornasse ao Brasil pagaria apenas uma taxa de 500 pesos, cerca de R$ 120, como multa por não ter renovado a permissão.

A cuiabana saiu rumo ao México há pouco mais de um ano, em 4 de agosto de 2019, pelo programa de mobilidade acadêmica, ofertado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Durante o período de visto estudantil, válido por 180 dias, a universitária seguiu os estudos na sua área de formação, Engenharia Florestal, em uma universidade de Guadalajara.

Procurada pela equipe do , a mãe, Ana Maria Andrade, 49, lamenta a situação e cita o sentimento de “impotência total”. Segundo ela, a filha não fez nada de errado e tentou prorrogar o visto assim que os voos começaram a ser cancelados. A mãe conta que Yasmin embarcou com as passagens de ida e volta compradas, mas com a pandemia teve seu embarque comprometido.

Ana Maria lembra que a filha buscou ajuda da Embaixada para voltar ao Brasil, mas não adiantou. Depois das tentativas frustradas, Yasmin aguardou até ter a opção de comprar outra passagem por conta própria.

Enquanto não conseguia retornar para Cuiabá, a jovem decidiu aproveitar para conhecer mais das belezas mexicanas e passou a turistar. Já em setembro, embarcou para Cancún, com intuito de passar seus últimos momentos na praia com amigas.

Desde a notificação pelas amigas que estavam com a filha, Ana Maria tenta trazer a filha de volta. A mãe conta que a passagem marcada para 3 de outubro e foi alterada para o dia 24 de setembro a pedido da própria imigração, mas apenas depois do bilhete perdido a família descobriu que a volta precisa ser feita por meio de uma passagem comprada pelo órgão.

Procurada pelo , a UFMT diz que a estudante cumpriu com todas as obrigações perante a universidade, porém, por não ter solicitado a rematrícula acabou tendo sua matrícula trancada, por esse motivo não possui vínculos institucionais com nenhuma das instituições coligadas. Inclusive, disse sequer saber da situação da estudante, alegando ter recebido a notificação somente pela equipe do . Mesmo nesse cenário, se colocou a disposição para ajudar a família e amigos a trazerem a jovem Yasmin para casa. (Colaborou Marcella Vieira)


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