Saiba por que idosos estão entre os grupos mais vulneráveis ao coronavírus

Os idosos costumam ser mais vulneráveis a doenças infectocontagiosas  e a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não é exceção

Homem usando máscara protetora contra o Covid-19 em San Fiorano, na Lombardia, segura um buquê de flores. A região, no norte da Itália, é a mais afetada pelo novo coronavírus no país. — Foto: Marzio Toniolo/via Reuters

Sistema imunológico deficiente, fragilidade de pulmões e mucosas e idas mais frequentes a hospitais estão entre as explicações. Especialista dá dicas de como os mais velhos podem evitar o contágio; veja recomendações a familiares e cuidadores.

Os idosos costumam ser mais vulneráveis a doenças infectocontagiosas – e a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não é exceção. Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde colocam os mais velhos entre os mais suscetíveis e entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos pelo novo coronavírus.

Segundo o médico infectologista Caio Rosenthal, uma série de fatores colabora para que esse grupo seja mais afetado que a população em geral. Veja, abaixo, alguns deles:

-  O sistema imunológico dos idosos costuma ser deficiente por causa da idade

- Mesmo as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes, portanto há menos anticorpos no organismo

- Os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais

- O idoso costuma engasgar e aspirar mais, inclusive levando mais a mão à boca, aumentando o risco de contágio

- Ele também vai a hospitais com mais frequência, ficando mais exposto a micro-organismos


Veja os cuidados específicos que os mais velhos devem tomar:

- Estar com as vacinas em dia

- Controlar possíveis casos de diabetes e de outras enfermidades (como doenças cardíacas, por exemplo)

- Manter-se fisicamente ativo

- Reduzir, apenas quando possível, as idas a hospitais, para evitar contágio

As outras recomendações, diz o médico, são as mesmas destinadas a outras faixas da população: lavar bem as mãos, afastar-se de pessoas com suspeita de infecção e tentar não levar uma vida sedentária – além de não fumar.

O infectologista alerta que cuidadores e familiares que costumam ficar 
perto de idosos devem redobrar a atenção com relação à limpeza 
das próprias mãos e roupas antes de entrar em 
contato com os mais velhos.


Entenda os riscos para idosos

A deterioração do sistema imunológico pela idade é chamada de imunossenescência, como explicou em entrevista à BBC em fevereiro o infectologista Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O corpo pode não apenas reagir de forma insuficiente – sendo incapaz de combater a doença provocada pelo vírus – como também oferecer uma resposta exagerada, o que prejudica o organismo.

Segundo a BBC, o novo coronavírus chega a ser quase sete vezes mais letal entre quem tem mais de 80 anos.

Rosenthal aponta que a idade deixa os pulmões e mucosas mais frágeis e vulneráveis a doenças virais. O metabolismo também não é mais tão eficiente, o que leva a uma tendência à desnutrição.

“E o idoso também costuma engasgar e aspirar mais facilmente. Faz parte do declínio físico e das funções cognitivas, é normal."

Em entrevista, o o infectologista Caio Rosenthal explica que os idosos frequentam mais hospitais – isso os deixa mais expostos a agentes infecciosos que circulam nesses ambientes, como o coronavírus.


Cuidados que idosos devem tomar

"Uma recomendação é estar com as vacinas em dia", diz o Rosenthal. Não porque a vacina previna a Covid-19, mas pra se preservar, no caso de 
contrair a doença: "Não é interessante desenvolver uma gripe ou uma pneumonia enquanto se combate o coronavírus".

Rosenthal recomenda ainda que o idoso evite ficar parado e se movimente, no limite de suas capacidades.


“A tendência, se ele for infectado, é acumular secreção. Estando parado,ele acaba não a expelindo, e isso pode formar 
um caldo que facilita a proliferação de bactérias."

O ideal é que a pessoa também esteja com diabetes e doenças do coração controladas. E diminua, quando possível, as idas a hospitais, para evitar o contágio.




G1

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