Fria e Fraca - Convenção de Pivetta não fecha chapa - Ex-reitora recua

Mesmo com Sachetti (PRB) e Bezerra (MDB), a participação popular foi quase inexistente


Quase uma convenção perfeita. Assim foi o ato do PDT, na noite da terça-feira, 10, em Cuiabá, quando o partido lançou o vice-governador Otaviano Pivetta  candidato ao Senado na eleição suplementar de 26 de abril. Para a perfeição faltaram componentes indispensáveis: um nome para a segunda suplência e participação popular. No mais, tudo em ordem, incluindo Adilton Sachetti (Republicanos) na primeira suplência e a bênção do cacique Carlos Bezerra (MDB) que botou seus liderados roucos de tanto gritarem Pivettta… Pivetta… Pivetta. Quem completaria a chapa seria a ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso, Maria Lúcia Cavalli (PCdoB), que segundo fontes pedetistas e emedebistas teria batido o pé e esnobado. 

A convenção transmitiu alto astral, mas no fundo, longe do olhar do eleitor e da Imprensa, Pivetta remoía, por sua chapa capenga. O caso Maria Lúcia Cavalli foi tratado entre quatro paredes e a Imprensa que cobriu o evento sequer desconfiou do tamanho do abacaxi que o  PDT e seus aliados descascam. Pivetta é de Lucas do Rio Verde, no Nortão. Adilton é de Rondonópolis. Pra chapa ter mais representação regional precisa de um nome de Cuiabá, e para fugir do machismo que aparentemente prevalecerá na disputa em abril, se faz necessário uma mulher junto com a dupla Pivetta e Adilton.

Há alguns dias os comunistas discutiam a participação de Maria Lúcia na chapa. No final da semana passada, a ex-senadora Vanessa Grazziotin (AM), que é o principal nome do PCdoB, veio a Mato Grosso, se reuniu com seus camaradas, incluindo o presidente regional da sigla, o professor Sérgio Negri. Grazziotin, exaustivamente debateu a questão com Pivetta, Adilton, que já estava definido enquanto suplente e com o presidente e líder do MDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra. Todos acreditavam que o martelo estava batido, porém, de última hora teria surgido um mal-estar: Maria Lúcia teria dito que aceitava o PDT, mas temia Pivetta.

Maria Lúcia refugou Pivetta e sinalizou que gostaria que disputar a eleição numa frente de centro-esquerda sonhada pelo prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (SD), que segundo Pátio deveria ser formada por sete partidos. Acontece, ponderou um dirigente do PDT, que essa aliança se esfacelou, porque algumas das legendas que a comporiam disputarão a eleição, como é o caso do PT, com o deputado estadual Valdir Barracnco, e do Pros, com Gisela Simona.

O presidente regional do PDT, Allan Kardec, tentou negar a costura que esteve em curso com o PCdoB, mas acabou cedendo, “Eu gostaria muito, pois ela (Maria Lúcia) é uma grande pessoa e foi minha professora”.  Bezerra tocou no assunto. “Ela (Maria Lúcia) não aceitou; fez muita firula, botou dificuldade”.

PLANO B – Em política, às vezes o mirabolante é encarado com naturalidade. Fontes do PDT revelaram que a vice-prefeita de Cáceres, Eliene Liberato (PSB) passou a ser cortejada de última hora por Pivetta, para compor a chapa. Eliene é pré-candidata a prefeita com apoio do prefeito reeleito Francis Maris (PSDB). Quanto ao seu nome há barreiras: uma fonte da prefeitura cacerense adiantou que Eliene não trocaria a candidatura a prefeita pela chapa de Pivetta, pois seu nome aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas. Além disso, ela teria firmado compromisso com Francis em apoiar Nilson Leitão (PSDB) ao Senado, a exemplo do que faz o prefeito. Mais: o presidente regional do PSB e deputado estadual Max Russi teria acertado com o pré-candidato ao Senado Júlio Campos (DEM) pra que sua mulher, Andreía Russi seja suplente de Júlio. Max realmente conversou com Pivetta sobre Eliene, mas está com os pés em duas canoas.

BANGUELA – Chapa incompleta ao Senado é igual boca sem dentes: não agrada quem come nem quem vê comer. Portanto, Pivetta trava uma corrida contra o tempo pra compô-la até o final de semana. Bezerra descarta a participação do MDB na suplência. Adilton, sem entrar na questão, demonstra pessimismo; ele avalia que a abstenção chegará a 50%, e que entre os que votarem cerca de 20% anularão ou votarão em branco. Adilton citou como exemplo o segundo turno da eleição suplementar para o Governo de Tocantins, em 24 de junho de 2018, quando 51,83% dos eleitores votaram branco, nulo ou não deram o ar da graça nas urnas.





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