Filho de Lula recebeu repasses ilícitos de montadores com apoio do pai

Ex-ministro Palocci reitera que o ex-presidente usou sua influência para o pagamento de R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio Lula da Silva


O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci disse em depoimento prestado à Justiça Federal, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou sua influência política para conseguir a aprovação de uma Medida Provisória em favor do setor automobilístico. Como contrapartida à negociação ilícita, Lula conseguiu obter pagamentos a seu filho Luís Cláudio Lula da Silva, segundo o ex-ministro

A negociação, de acordo com Palocci, foi feita com o lobista Mauro Marcondes Machado e envolveu a atuação de Lula para evitar que a então presidente Dilma Rousseff (PT) vetasse a emenda da MP 627, que previa a manutenção de benefícios para montadoras.

Na ocasião do depoimento prestado no âmbito da operação Zelotes, via teleconferência, que durou pouco mais de uma hora, Palocci reiterou a acusação já feita em dezembro, de que Lula acertou com Marcondes pagamentos de R$ 2,5 milhões para que Luís Cláudio Lula da Silva conseguisse realizar eventos de futebol americano no Brasil.

Palocci disse que o próprio filho caçula de Lula o procurou, diversas vezes, para tratar do assunto.

— O Luiz Cláudio eventualmente me pedia para ajudá-lo na promoção de um evento nacional que ele fazia, que é um evento de futebol americano que ele promove no Brasil. Algumas vezes ele me procurou para apoiá-lo a buscar doações de empresas para apoiar essa iniciativa dele.

O ex-presidente Lula é réu por suposto tráfico de influência na compra dos caças suecos da marca Grippen e também na edição da MP 627. No depoimento, Palocci relatou que a MP 627 foi a “campeã das propinas” e teve em seu texto um número “altamente desproporcional de contrabandos”.


Ex-ministro Palocci foi um dos homens fortes dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. 

A Polícia Federal recomendou concessão de benefícios a Antonio Palocci pela cooperação dele, já o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), recebeu um relatório da Polícia Federal com as provas apresentadas pelo ex-ministro em seu acordo de colaboração premiada.

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