Chefe de escritório de Mauro Mendes também foi preso hoje
Advogado que representou Mauro Mendes em Brasília foi preso na Lava Jato
Em campanha para o Governo, Mauro não se cansava de dizer que: "Ninguém ligado a sua gestão de prefeito havia sido preso"
O advogado mato-grossense Rodrigo Figueiredo, preso nesta sexta-feira (9) durante nova fase da operação Lava Jato, além de ser ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atuou como chefe do Escritório de Representação de Cuiabá em Brasília durante gestão do ex-prefeito Mauro Mendes (DEM), eleito em 2018 governador.
Rodrigo Figueiredo é filho do ex-deputado estadual e federal, Milton Figueiredo que foi um dos políticos mais expressivos do antigo PMDB, hoje MDB. Além dele, o ex-ministro do Mapa e deputado federal eleito, Neri Geller (PP), foi preso (confira lista dos detidos ao final).
Segundo divulgado quando da nomeação, o mote do trabalho de Rodrigo como chefe do Escritório de Representação era "integrar os Poderes, dando suporte aos projetos da Prefeitura de Cuiabá junto aos órgãos da administração federal".
Na manhã de hoje (9) a Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal do Brasil, deflagrou a Operação “Capitu”, para desarticular uma organização criminosa que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Estão sendo cumpridos 63 mandados judiciais de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Foram mobilizados 310 Policiais Federais nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e no Distrito Federal.
A Polícia Federal instaurou um inquérito policial em maio deste ano, baseado em declarações prestadas por Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no MAPA em 2014 e 2015.
A Polícia Federal apurou a atuação de uma organização criminosa na Câmara dos Deputados e no MAPA, integrada por empresários e executivos de um grande grupo empresarial do ramo de processamento de proteína animal.
Esse grupo dependia de normatizações e licenciamentos do MAPA e teria passado a pagar propina a funcionários do alto escalão do Ministério em troca de atos de ofício, que proporcionariam ao grupo a eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica, possibilitando a constituição de um monopólio de mercado.
Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros. Caso haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de reclusão, proporcionalmente à participação de cada investigado.
Lista de presos
Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ex-ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014
Joesley Batista, dono da JBS
Ricardo Saud, executivo da JBS
Demilton de Castro, executivo da JBS
João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG
Neri Geller, deputado eleito pelo PP de MT
Rodrigo Figueiredo, ex-chefe do Escritório de Representação de Cuiabá em Brasília durante gestão do ex-prefeito Mauro Mendes e ex-secretário de Defesa Agropecuária
Mateus de Moura Lima Gomes, advogado
Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado
Ildeu da Cunha Pereira, advogo
Com informações do GD
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