Peão laçou um pequeno avião que dava rasantes numa fazenda em Santa Maria-RS
Conheça a história do Gaúcho que laçou um avião há 65 anos.
Digoreste News em História Real
Quando cuidava de uma novilha doente, Euclides notou que um pequeno avião dava rasantes sobre as coxilhas, aproximando-se cada vez mais de onde estava. O peão, achando que aquilo era brincadeira ou algum tipo de provocação, não teve dúvidas: armou o laço de 13 braças e quatro tentos e o atirou em direção ao bico do teco-teco, acertando o alvo.
A reconstituição montada pelo repórter fotográfico Ed Kefell
Foto: REPRODUÇÃO / O CRUZEIRO
Por estar preso na cincha do arreio sobre o cavalo, o laço, com o impacto, arrebentou na presilha e seguiu pendurado no avião. O piloto, assustado, tratou de pousar na pista da base aérea. Longe do hangar, retirou o laço e o escondeu no meio das macegas. No dia seguinte, um instrutor notou que a hélice do aparelho estava rachada. Pressionado, o piloto confessou o acontecido.
O peão Euclides Guterres, aos 24 anos, autor do feito que repercutiu mundialmente
O comandante do aeroclube procurou o jornalista Cláudio Candiota (1922-2012), diretor de A Razão, e contou a história, mas pediu para não divulgá-la, “para não causar prejuízo à imagem do estabelecimento sob sua responsabilidade”. O jornalista comentou: “Deixa comigo. Vou tornar este aeroclube famoso em todo o mundo”. Não só deu a notícia no seu jornal como no Diário de Notícias, de Porto Alegre, e telefonou para a revista O Cruzeiro. Esta, na mesma semana, mandou seu melhor fotógrafo, o gaúcho Ed Keffel, a Santa Maria, onde reconstituiu o episódio e o estampou em cinco páginas, amplamente ilustradas. Com circulação de mais de 700 mil exemplares, a reportagem de Cláudio Candiota repercutiu na imprensa mundial. A notícia saiu até na Time americana. “Eu não fiz por maldade. Foi pura brincadeira. Para falar a verdade, não acreditava que pudesse pegar o aviãozinho pelas guampas num tiro de laço”, confessou Euclides Guterres
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