Estelionatário que fez mais de 50 mil vítimas, chamado de “PASTOR” pela imprensa, não é e nunca foi pastor

Falso Pastor não é ligado a qualquer igreja protestante ou evangélica e não há qualquer registro de sua ordenação


 Sexta-feira, 22 de setembro de 2023 

Identificado pela Mídia como "pastor goiano Osório José Lopes Júnior," é apontado como líder do grupo de estelionatários alvos da operação Falso Profeta, deflagrada na última quarta-feira (20) em quatro estados e no DF. 

A malandragem usada nas matérias, nunca denomina "qual igreja" pertenceria o falso pastor. Isso, faz com a opinião pública colocar em dúvidas quanto a sinceridade e honestidade dos "Pastores evangélicos." Na verdade, nem poderiam, visto que o mencionado estelionatário não faz parte de nenhuma igreja, ou se quer é realmente pastor. Um golpe baixo que interessa a alguém. 

“Conheça o pastor que aplicava golpes financeiros em todo o Brasil”. Com essa chamada o Fantástico, revista eletrônica da TV Globo, levou seus telespectadores a acreditarem que um pastor evangélico ordenado por alguma denominação cristã havia cometido o crime de estelionato contra milhares de brasileiros na internet, no programa que foi ao ar no dia 13 de março e voltou com força total esta semana em todos os veículos de imprensa que não atuam com a verdade.  

Osório José Lopes Junior se auto intitulou pastor, no entanto, não é ligado a qualquer igreja protestante/evangélica, não há registro conhecido de sua ordenação. Embora essa informação seja transmitida ao longo das reportagens, as chamadas e os textos das reportagens nos sites continuam chamando Osório de “pastor”. 

A revista eletrônica global não foi a única a enfatizar a titulação eclesiástica de  Lopes Junior sem a devida apuração. A maioria dos sites e jornais do país que repercutiram o caso mantiveram o título de “pastor” para o acusado de estelionato pelo Ministério Público de Goiás e de São Paulo. 

Apenas os sites Diário da Manhã de Anápolis e o Digoreste News, trouxeram no título da matéria a nomenclatura “Falso Pastor” para Osório Lopes Junior:

De acordo com o bispo consagrado pela International Christian Communion, Hermes Carvalho Fernandes, um pregador só pode ser reconhecido como pastor pela igreja na qual  congrega ou por seus pares. “Acredito que pastores devam ser reconhecidos por sua atuação junto à comunidade e por outros pastores cuja idoneidade seja comprovada. 

Há muitos autointitulados pastores que sequer lideram uma comunidade eclesiástica. No caso citado, creio tratar-se de um falso pastor”, afirma Fernandes, que tem 34 anos de ministério. Além de pastor, ele é psicólogo, teólogo, ativista social, conferencista e escritor. 


Histórico de Osório Lopes Junior

Essa não é a primeira vez que Osório José Lopes Junior tem problemas com a justiça. Em 2018, o falso pastor foi preso por estelionato em Goianésia, na região central de Goiás, acusado de obter R$15 milhões aplicando golpes, mesmo crime imputado pelo MP paulista. 

À época, Lopes Junior  foi preso com o Pr. Alencar Santos Buriti, este sim com comprovação de vínculo eclesiástico com a Assembleia de Deus, Missão. Eles eram suspeitos de obter R$ 15 milhões aplicando golpes em fiéis de Goianésia. Segundo a Polícia Civil, a dupla alegava que havia ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas precisava reunir fundos para conseguir recebê-lo. Essa é a mesma história que o estelionatário retomou, mas desta vez, em São Paulo, para onde se mudou em 2021. 

Segundo a reportagem do G1, a investigação da polícia goiana apontou que os dois ostentavam dinheiro e poder, em Goianésia. Lopes Junior  morava em uma casa de luxo na cidade e chegava a alugar helicóptero para viajar a outras regiões. A Polícia Civil do estado identificou que os religiosos movimentaram R$ 20 milhões nos bancos. 

Classificamos como imprecisas as matérias que dão a Osório José Lopes Junior o título de pastor, pois ele não é ligado a qualquer igreja evangélica e não há registro conhecido de sua ordenação.  

Apesar das demais informações estarem corretas, a forma como o estelionatário foi apresentado nos títulos das matérias levam o leitor e o telespectador a acreditar que Lopes Junior pertence a alguma denominação protestante/evangélica, o que não é comprovado. 

Essa postura da imprensa contribui com desinformação e sensacionalismo que envolvem igrejas e pastores.




 Texto de Digoreste News e Coletivo Bereia 


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