Ex-marido foi quem encontrou o corpo de professora assassinada pelo namorado

A professora Valérie Petronetto foi assassinada por Bruno dos Santos Diesel na semana passada, em Lucas do Rio Verde


 Domingo, 19 de dezembro de 2022 

O assassinato da professora Valérie Angelita Petronetto Gonçalves, cometido pelo namorado Bruno dos Santos Diesel, na semana passada, chocou a população de Lucas do Rio Verde, e criou uma ferida incurável na família da educadora, que deixa três filhos.

Valérie, de 48 anos, era professora da rede municipal de Educação, onde atuou por 22 anos, dando aulas do 1º ao 5º ano, e especializada em alunos com déficit de atenção.

O ex-marido dela, Nilson Gonçalves, com quem ela ficou casada por 29 anos, diz que apesar de toda relação conturbada e da resistência da família sobre o namoro, ela buscava a felicidade ao lado de Bruno.

Ele relatou que só teve um encontro com o assassino, em novembro do ano passado, e não teria se dado bem com ele. Depois disso, ele evitava estar nos mesmos lugares que o rapaz.

“Ela conheceu esse verme lá em Cascavel, no Paraná, e desde o dia que fomos à casa dela no aniversário do meu filho, em novembro de 2021, meu santo não bateu com o dele”, diz.

“Ninguém gostava dele. A família dela por parte de mãe, a irmã... Os próprios amigos da escola pediam para ela sair desse relacionamento. Mas ela queria ser feliz… E achava que era ele [a pessoa que a faria feliz]”.

A professora foi diagnosticada com depressão há cerca de seis anos, afirmou Nilson. Nesse meio tempo, ela teria tido algumas crises psicológicas, quando um médico psiquiatra recomendou sua internação.

Valérie foi então encaminhada a uma clínica de recuperação em Cascavel (PR), no ano passado, onde conheceu Bruno e lá iniciaram um relacionamento. 

Pouco tempo depois de receber alta, ela voltou para Lucas do Rio Verde, e trouxe o rapaz para morarem juntos.

De acordo com Nilson, os três primeiros meses de namoro de Valérie com Bruno foram “mil maravilhas”, porém logo ele começou a agredi-la. Apesar disso, ela não enxergava a gravidade da situação.

“Ela fez muito por ele, uma pessoa que não merecia nada. Ela era uma pessoa que falava em semear, trazer bons frutos. O lema dela era cultivar o amor”. 

Bruno chegou a ser preso em Lucas do Rio Verde em uma das vezes que agrediu Valérie. Porém, a professora decidiu intervir na situação, e o tirou da cadeia após pagar a fiança dele.

O rapaz acabou embarcando em um ônibus para o Paraná no mesmo dia, e deixou a professora sem nenhum aviso. Porém, pouco tempo depois, eles reataram e Bruno voltou a morar com Valérie.

“Ela ficou sofrendo por dentro, porque queria ele de volta. De tanto ela insistir, a mãe dele fez ele voltar. Quando ele chegou aqui, dois, três meses depois, começaram as outras denúncias, ameaças..."

“Ela tinha seus problemas, a depressão, que ocasiona muitas recaídas, muita tristeza e acaba emocionalmente com a pessoa. Acabou que levou a essa tragédia”.

“Era parceira. Todos gostavam dela. Era alegre, sorridente, mas infelizmente Deus a levou, para ela ficar em paz. Ela foi ficar em paz com Deus”.

Já Áurea Fernandes, uma ex-aluna que se tornou amiga da professora, diz que a notícia foi um baque na comunidade de escolar.

"Não tem como fazer uma coisa dessas com uma pessoa tão boa, que sempre amou e sustentou ele. Ela era execelente professora. Por onde ela passava, era só amor, alegria, sorriso no rosto. Não transparecia nada do pessoal dela".

"Ela mandou mensagem para mim esses dias, para fazer a unha. Eu não quis aceitar pela questão de ver ele. Eu não ia digerir bem. Era uma coisa que todo mundo sabia, que era um relacionamento tóxico".

"Por mais que a gente dê conselho, fale para não voltar... A pessoa acha que a outra ama ela. A família lutou, mas aconteceu essa fatalidade".


O encontro do corpo

Nilson foi quem encontrou o corpo de Valérie na segunda-feira (12), após receber uma ligação da Escola Municipal Caminho Para o Futuro, pois a professora não teria ido trabalhar.

Segundo ele, assim que soube da ausência dela na escola, a primeira coisa que veio à memória foram as agressões que ela vinha sofrendo. 

"Fui lá na casa, deixei meu carro na esquina, e olhei por cima do portão. Estava tudo trancado, sem o carro dela guardado lá dentro, e o cachorro estava preso com correntes na janela".

Os vizinhos da professora, então, se aproximaram dele e disseram que havia um mau cheiro vindo da casa. Ele decidiu pular o portão, e já dentro da propriedade, viu que todas as janelas e portas estavam fechadas.

"Um cheiro terrível já tomava conta da casa, e meu coração bateu forte. Eu dei um chute na porta, invadi, e me deparei com as cenas do crime. Terrível. Foi aí que eu falei: mataram a minha ex-mulher".

A professora foi encontrada em um dos quartos da casa, com ferimentos de facadas e várias fraturas no rosto. Ela foi morta por Bruno no sábado (10), que manteve seu corpo escondido por dias na residência.






 Digoreste News com Mídia News 

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