Supermercados vendem feijão partido, resto de frios, carcaça e pele de frango

Produtos viram alternativas nas periferias de São Paulo diante da disparada de preços


 Quarta-feira, 13 de julho de 2022 

Além do soro do leite, vendido como alternativa ao longa vida diante da disparada de preços, supermercados nas periferias de São Paulo têm comercializado itens como feijão fora do tipo, pontas de frios, bandejas com restos de queijo e presunto, carcaça e pele de frango.

No Capão Redondo, na zona sul, a reportagem encontrou ao lado do feijão comum o chamado "feijão fora do tipo", composto por 70% de grãos inteiros e 30% feijão bandinha [partido], segundo o site da marca Solito Alimentos. A venda dele é autorizada desde que esteja identificado, "cumprindo as exigências de marcação e rotulagem".

No mercado, esse tipo de feijão saía a R$ 8,48, enquanto o carioca tradicional da mesma marca custava R$ 9,98. Na mesma loja, pontas de frios eram vendidas como promocionais, com pedaços de restos de queijo.

No Grajaú, também na zona sul da capital, mercados e açougues estavam vendendo carcaça e pele de frango em sacos plásticos e bandejas. No mercado Fonte Nova, em Guarulhos, na Grande São Paulo, uma caixa de leite varia de R$ 8 a R$ 10. Por ali, subprodutos como soro de leite e misturas condensadas se tornaram a alternativa mais barata.

"A qualidade não é a mesma, e honestamente não gosto de consumi-los, porém necessito levar algum leite para casa", diz uma aposentada de 53 anos, moradora do Jardim Cocaia, que pediu para não ser identificada. Ela paga, no máximo, R$ 7 para adquirir o soro, valor que faz diferença no fim do mês.

"Troco os produtos senão não dá para comprar. Diariamente os valores aumentam nos supermercados. É impossível manter a mesma qualidade de vida com a situação atual", diz a assistente administrativa Patrícia Ribeiro, 38, moradora do bairro Maranhão, na zona leste da capital. O leite condensado, por exemplo, custava o dobro da versão ‘genérica’, a mistura láctea, no mercado onde ela fazia compras.

A crise e a inflação também impulsionaram mercados que vendem produtos perto da data de validade, os chamados "vencidinhos".

Procurado, o supermercado Fonte Nova afirma que não houve nenhum comunicado por parte da empresa distribuidora para orientar os consumidores. A Solito não respondeu à reportagem.



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Com: Folha Uol


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