R$ 497 é a renda média de 20,24% da população de Mato Grosso

Estado conhecido por ter milionários do agronegócio entre seus habitantes, tem milhares de famílias que se alimentam de ossos doados em açougues


 Quinta-feira, 07 de julho de 2022 

20,24% da população de Mato Grosso viviam em situação de pobreza em 2021, com renda domiciliar média de R$ 497 mensais por pessoa.

Em 2019, esse percentual era de 16,18% e, em 2020, chegou a 17,33%, o que revela que um incremento de 4,06 pontos percentuais (p.p.) na taxa de pobreza junto a população mato-grossense, no período da pandemia do coronavírus, causador da Covid-19.

Os dados são do “Mapa da nova pobreza”, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, e que têm como base microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD Continua Anual, recém-disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a proporção dos pobres segue o conceito de renda per capita efetiva de todas as fontes, usando a linha de R$ 497 mensais e que corresponde a linha internacional de U$S 5,50 ao dia, ajustada por Paridade de Poder de Compra (PPC).

De acordo com o estudo, o ano de 2021 é o ponto de máxima pobreza das séries anuais realizadas desde 2012, quando a taxa de pobreza atingia 19,32% da população em nível estadual.

Levando-se em consideração a população de 3,5 milhões de habitantes, mais de 708 mil pessoas vivem em situação de pobreza no Estado.

Conforme Marcelo Neri, da FGV Social, a pesquisa fecha uma trilogia de estudos lançados no último mês, sendo a primeira sobre “Insegurança alimentar”, em vários países e “A montanha-russa da pobreza”.

“E, finalmente esse novo estudo que procura mapear a pobreza no território a partir dos dados recentes disponibilizados pelo IBGE. A grande contribuição é fazer uma abertura espacial mais fina que possa direcionar esforços da sociedade civil e das políticas governamentais”, disse.

Segundo a pesquisa, Mato Grosso é o sexto com a menor taxa de pobreza no país, em 2021, ficando atrás apenas de São Paulo (17,8%), Paraná (17,6%), Distrito Federal (15,7%), Rio Grande do Sul (13,5%) e Santa Catarina (10,1%).

No país, o contingente de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497 atingiu 62,9 milhões de brasileiros no ano passado, ou seja, cerca de 29,6% da população brasileira.

Entre as 27 unidades da Federação com menor taxa, está Santa Catarina.

Lá, a população com renda per capita abaixo de R$ 497, em 2021, é 10,16%.

Após, vem o Rio Grande do Sul com 13,53% e Distrito Federal com 15,70%.

Já o Estado com maior proporção de pobres também em todos os anos é o Maranhão com 57,90% de pobres em 2021.

Aa únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (-0,95%) e Piauí (-0,03%).

A Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) tem garantido que realiza ações que já beneficiaram milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Em uma iniciativa direta para as famílias carentes, o Governo entregou mais de 1,3 milhão de cestas básicas, contribuindo para que muitas pessoas tivessem alimento à mesa.

Também beneficiou 100 mil famílias com transferência de renda.

Pelo cartão “Ser Família Emergencial”, os beneficiários recebem R$ 200, a cada dois meses, exclusivamente para a compra de alimentos.

As pessoas contempladas estão incluídas no CadÚnico e recebem até R$ 79 per capita por mês. 


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