Acusado de tráfico, ex-secretário de Mauro Mendes guardava nota promissória em nome do senador Carlos Fávaro


 Terça-feira, 3 de maio de 2022 

Ao cumprir mandados de busca e apreensão em imóveis do ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato, em abril, a Polícia Federal apreendeu diversos documentos, dinheiro e diamantes, além de uma lista com nomes de políticos de Mato Grosso.

Borgato foi preso no mês passado, durante a ação deflagrada para desarticular um esquema de tráfico de cocaína para a Europa. 

O termo de apreensão com a descrição dos itens apreendidos relaciona, entre outros, duas intimações de cobrança de notas promissórias, do 4º Serviço Notarial de Cuiabá, em nome do senador Carlos Fávaro, presidente do PSD em Mato Grosso.

Borgato é filiado à legenda, pela qual era pré-candidato a uma vaga na Câmara Federal, nas eleições deste ano.

Foram apreendidas, ainda, três folhas contendo tabelas com diversos nomes, intituladas "Lista pagamento da gráfica, "Lista dos candidatos do PSD" e "Lista dos candidatos PP". 

A Polícia Federal ainda apreendeu dezenas de diamantes, R$ 29 mil, carro e dólares no imóvel.

O documento mostra que, na casa do ex-secretário, no Residencial Harmonia, em Cuiabá, foram encontrados – e apreendidos -, embaixo da cama, 12 sacos transparentes contendo diamantes e R$ 29,3 mil. No quarto do ex-secretário ainda foram recolhidos US$ 4 mil.  

O ex-secretário foi preso acusado de integrar uma quadrilha que fazia tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Além de Borgato, também foram presos o lobista Rowles Magalhães e a doleira Nelma Kodama, primeira delatora da Lava Jato, que chegou a ser condenada naquela operação.

DEPÓSITOS - Foram apreendidos ainda três comprovantes de depósito do Banco Bradesco com as inscrições apagadas, sendo que o primeiro aparece como favorecido "Auto Comércio de Veículos" no valor de R$ 43,7 mil; o segundo como favorecido Auto Comércio de Veículos no valor de R$ 50, e o terceiro para Ricardo Agostinho, um dos sócio de Rowles, e alvo da operação, no valor de R$ 52 mil. 

Há ainda um comprovante de depósito do Banco Bradesco tendo como favorecida a empresa Flapper Tecnologia S.A., no valor de R$ 146,5 mil. 

Um carro da marca Honda Civic Tourung CVT, ano 2000, também foi levado pelos agentes da PF. 

Borgato entregou aos policiais dois celulares Samsung Galaxy, sendo um modelo S22 Ultra e S21 Ultra. 

Conforme a Polícia Federal, as pedras preciosas e o montante em dinheiro foram encaminhados a uma agência da Caixa Econômica Federal para serem acautelados.

Já em outra casa do ex-secretário, em Glória D'Oeste, foram apreendidos um celular samsung, sem modelo informado, um contrato de compra e venda de imóvel e um veículo Honda Civic EXL, na cor branca.

Borgato já foi prefeito do município e possui uma residência na cidade.


Veja fac-símile do documento: 



DESCOBRIMENTO 

A investigação começou em fevereiro de 2021, no dia em que a PF da Bahia encontrou mais de meia tonelada de cocaína num jatinho executivo de luxo, que pertence a uma empresa portuguesa de táxi aéreo — a Omni. 

O jato tinha saído de Cascais, em Portugal, duas semanas antes da apreensão. Pousou em Salvador e, no dia seguinte, foi levado para o Aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo — segundo as investigações, ali o avião foi carregado de cocaína.

Ao todo, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Apenas para Mato Grosso, foram expedidas cinco ordens judiciais. 

Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia local cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.  




Com informações do MidiaNews


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