3º ano consecutivo de retração pode ser registrado na produção industrial de Mato Grosso

O setor de produtos alimentícios, um dos mais importantes do Estado, registra perdas 3,76% em relação a outubro do ano passado


 Segunda-feira, 13 de dezembro de 2021 

A produção industrial de Mato Grosso está prestes e contabilizar o terceiro ano seguido de retração, aponta a Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), do IBGE. De janeiro a novembro deste ano o setor já acumula perdas de 5,2% e está entre os cinco estados, entre os 15 pesquisados no Brasil, a encerrar o período em retração.

Conforme o IBGE, a indústria mato-grossense fechou o ano de 2019 – sem pandemia – com queda anual de 3,7%. Em 2020 a retração foi um pouco maior: 5,3%.

Apesar de contabilizar expansão de 4,8% na passagem de setembro para outubro, o saldo dos primeiros dez meses (-5,2%), em Mato Grosso, vai na contramão do registrado no País, com elevação de 5,7%. Analisando o desempenho anual do setor – outubro de 2021 ante 2020 – há novas perdas, desta vez em 5,3%.

O setor de produtos alimentícios, um dos mais importantes do Estado, registra perdas 3,76% em relação a outubro do ano passado e de 1,89% no acumulado deste ano. A produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis aponta perdas de 2,82% (anual) e de 3,22% no acumulado de 2021 ante igual momento de 2020. O setor de produtos de madeira tem queda anual de 0,49% e de 0,08% no acumulado.

De acordo com a PIM Regional, na passagem de setembro para outubro os principais recuos foram em Santa Catarina (-4,7%), Pará (-4,2%) e Minas Gerais (-3,9). São Paulo (-3,1%) e Espírito Santo (-1,0%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos. Já Nordeste (5,1%), Mato Grosso (4,8%) e Ceará (4,1%) tiveram as expansões mais elevadas.  Os resultados da PIM Regional foram divulgados semana passada pelo IBGE.

“A queda de 0,6% na indústria nacional e os resultados negativos nesses cinco locais se dá devido à conjuntura atual. Pelo lado da produção, temos o encarecimento dos custos de produção; desabastecimento de insumos e de matérias-primas, além de um cenário de incertezas que dificultam as tomadas de decisões por parte dos produtores. Do lado da demanda, temos inflação alta e acelerada, desemprego em patamar elevado e isso tudo diminui o poder de compra e o consumo das famílias, o que impacta diretamente a cadeia produtiva”, analisa Bernardo Almeida, analista da pesquisa.

No acumulado do ano, houve alta em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Santa Catarina (13,8%), Minas Gerais (12,0%) e Paraná (11,2%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, dez dos 15 locais pesquisados também assinalaram taxas positivas em outubro de 2021.


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