STF enquadrou Jair Bolsonaro e desativou o PIX de Lira

Escolhido a dedo por Bolsonaro, em 2016 o STF mandou sequestrar R$ 4,2 milhões em bens de Arthur Lira e do seu pai


 Terça-feira, 09 de novembro de 2021 

Formou-se no Supremo Tribunal Federal maioria a favor da restauração da moralidade orçamentária. Alheia às ameaças de conflito institucional, a Corte avalizou o despacho em que a ministra Rosa Weber enquadrou Bolsonaro, puxando-o de volta para dentro das quatro linhas da Constituição, e desativou o PIX usado por Arthur Lira, o réu que preside a Câmara, para distribuir verbas públicas à sua camarilha num esquema que deu ao Legislativo uma aparência de Chicago entregue aos caprichos de Al Capone.

Escolhido a dedo por Bolsonaro para comandar o Legislativo Federal, em 2016 o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o sequestro de bens do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do seu pai, o ex-senador Benedito Lira (PP-AL).

Na época, o ministro Teori Zavascki (in memoriam), relator da Lava Jato no STF, determinou que o Banco Central fosse informado imediatamente da medida judicial para operacionalizar junto às instituições financeiras em que os dois políticos mantinham contas a retenção dos correspondentes valores.

O pedido partiu da Polícia Federal, atingindo bens até o valor total de R$ 4,2 milhões, sendo bens sequestrados até a quantia de R$ 2,6 milhões do deputado, e o limite de R$ 1,6 milhão do senador, pai do deputado.

O pedido de sequestro patrimonial do deputado foi maior do que o do seu pai porque as investigações apontaram que ele teria pedido, em 2011, ao empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, R$ 1 milhão. O empreiteiro foi um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras pelo qual as empresas distribuíam propina a políticos em troca de obras na petroleira.

Os parlamentares do PP foram citados por três delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o empreiteiro Ricardo Pessoa. De acordo com Youssef, Arthur Lira teve uma dívida de R$ 200 mil paga pelo esquema.



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