PEDRA 90 - Família de professora intubada em estado gravíssimo faz apelo por UTI

A professora, ex-diretora do CAIC, foi intubada ainda em semi-intensivo por conta da gravidade do quadro


  Terça-feira, 16 de março de 2021  

Poucos dias após retorno ao trabalho na Escola Estadual Dr. Mario de Castro, no bairro Pedra 90, em Cuiabá-MT, a professora e coordenadora pedagógica, Maria José de Oliveira (57 anos), manifestou os primeiros sintomas da Covid-19. Em dois dias, 70% do pulmão foi comprometido pela doença e ela aguarda há quatro dias por uma UTI. O estado dela é considerado gravíssimo. 

Maria José, que já foi diretora na Escola Rafael Rueda (CAIC), está internada e intubada em um leito semi-intensivo do Hospital São Judas Tadeu, na Capital. Apesar disso, a irmã dela, Verilda Dias de Oliveira, de 60 anos, contou que os médicos já ressaltaram a necessidade urgente de uma UTI. 

Na unidade não há UTIs, mas por conta do quadro delicado da coordenadora pedagógica, Verilda explicou que os médicos optaram por intubar e sedar Maria mesmo sem a transferência para a UTI.

Os médicos tentaram reverter o caso de Maria com balão de oxigênio, mas não houve melhora e ela precisou ser intubada às pressas.

"Ela está recebendo atendimento médico, mas eles já disseram que a UTI é mais indicada para o caso dela, que é gravíssimo. Pode acontecer alguma intercorrência no semi-intensivo e na UTI o monitoramento é maior para um caso delicado", explicou a irmã.

Verilda explicou que o quadro de Covid-19 da irmã se agravou de forma muito rápida. A primeira tomografia, feita na terça passada (9), apontou que Maria tinha apenas 5% do pulmão comprometido. 

Até então, a coordenadora pedagógica sentia apenas fadiga e já estava tomando os remédios para tentar conter o avanço da doença indicados pelo médico dela. 

No entanto, no dia seguinte, a fadiga se agravou e, com ela, Maria também começou a sentir dificuldade para respirar. Quando procurou o Hospital São Judas Tadeu, uma nova tomografia constatou que ela já estava com comprometimento do pulmão entre 50% a 70%. 

"Nesse dia a saturação dela estava em 88% [o normal é 95% ou mais]. Ela nunca na vida precisou ser internada em um hospital, nunca vimos ela tão debilitada como agora", disse.

"Não podemos ficar perto por conta da doença. Os médicos disseram que ela consegue nos ouvir mesmo sedada, mas não vimos ela desde então", acrescentou.

Na madrugada de quarta (10) para quinta (11), ela precisou ser intubada. 


Colega infectada

Segundo a irmã, além da rinite alérgica, Maria fazia acompanhamento por conta do colesterol alto, mas nunca teve problemas de saúde graves. 

"Ela é uma profissional muito dedicada, se precisasse ficava o dia inteiro no trabalho. Mas ela se cuidava, ficava sempre máscara e usava álcool em gel. Só que indo ao trabalho é complicado, a pessoa precisa tomar água, por exemplo, e tira a máscara. É difícil", lamentou.

Maria teve contato com uma colega de trabalho que estava com Covid-19, mas a mulher só descobriu após três dias. 


Transparência em filas

Para Verilda, além de toda a ansiedade causada pela situação de saúde da irmã, os hospitais particulares não reportam informações objetivas sobre a fila de espera por leitos de UTI na rede privada. 

"É uma situação difícil, porque eles falam que é competência do hospital procurar a vaga, mas eles colocam na fila de espera e ficamos à mercê. Não existe uma transparência nessa fila, não sabemos quantas pessoas estão antes. É uma situação que você fica impotente", afirmou.

"Entendemos também que se, por acaso surgir a vaga e alguém na enfermaria precisar, a prioridade é dele. Entendemos que está um caos geral, mas vai dando muita angústia não saber de nada", completou.

A irmã de Maria fez um apelo por uma vaga de UTI em alguma unidade da Capital. Para ajudar, basta entrar em contato no telefone (65) 98469-8105 e falar com Jakelyne Oliveira, sobrinha da professora.


Sem órgão regulador

Por meio de nota, o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) informou que o setor privado não possui órgão regulador para monitorar a disponibilidade de UTIs. 

"A ocupação dos leitos acontece de forma rápida e dinâmica e de acordo com a demanda de cada unidade hospitalar", diz trecho do posicionamento. 

O Sindessmat não informou à reportagem o número de leitos disponíveis nas unidades particulares da Capital. Já a Prefeitura de Cuiabá informou que a taxa de ocupação no Pronto-Socorro é de 94% atualmente.




 Digoreste News, com Mídia News 


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