Estudos para implantação da Ferrogrão contarão com apoio de universidade do Pará
A Ferrogrão terá 933 quilômetros de extensão, ligando o município de Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA)
Quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
Uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) foi firmada para analisar e diagnosticar a capacidade da região que receberá a estrada de ferro Ferrogrão e dos municípios próximos ao território.
A ferrovia, que ligará a cidade de Sinop, no Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará, contará com 930 quilômetros de estrada de ferro, próxima à BR-163/MT, para escoar a produção de grãos pelo norte do país
O estudo será feito nos municípios de Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis e Trairão, todos no Pará e próximos à BR-163. Essa área é conhecida como região do Tapajós.
A parceria firmada ajudará a reduzir impactos ambientais na região, como explicou a diretora do Departamento de Desenvolvimento Regional e Urbano, Adriana Melo Alves. “É importante a gente conhecer quais as capacidades instaladas que estão nesses municípios para gerir o território, para aproveitar essas oportunidades e também para mitigar eventuais impactos que a implantação de uma obra infraestrutural de grande porte naturalmente trás.”
Desenvolvimento
Segundo a diretora, a parceria do Governo Federal com a UFOPA faz parte do processo de implementação do Programa de Fortalecimento das Capacidades Federativas dos Entes Municipais e também da estratégia de elaboração do Plano de Ordenamento do Território do Entorno da BR-163 e da Ferrogrão.
“Nós sabemos que a implantação da BR-163 e da Ferrogrão nos estados do Mato Grosso e do Pará pode trazer aí oportunidades de desenvolvimento bastante significativas”, ressaltou. “Esses subsídios serão fornecidos por quem está lá no território, que é a universidade, e será alimentado pela realidade municipal com o envolvimento direto dos municípios afetados por essas infraestruturas nessa construção”, acrescentou Adriana Alves.
Ferrogrão
A Ferrogrão, conforme já destacou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, deve impulsionar o agronegócio do Mato Grosso e criar uma competição com todo o sistema que leva cargas aos portos do Sul. Por meio dessa ferrovia, será possível reduzir o valor do frete e, consequentemente, do custo Brasil.
A Ferrogrão, também chamada de EF-170, foi qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Segundo o Ministério da Infraestrutura, o leilão da concessão tem previsão de publicação para este ano. Os estudos de viabilidade e as minutas de edital e contrato estão em avaliação no Tribunal de Contas da União (TCU). São previstos cerca de R$ 21,5 bilhões em investimentos.
O projeto visa a consolidar o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte. A ferrovia conta com uma extensão de 933 quilômetros, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao estado do Pará, desembocando no Porto de Miritituba.
Quando finalizada, a Ferrogrão terá alta capacidade de transporte e competitividade no escoamento da produção pelo Arco Norte, papel esse que, hoje, é desempenhado pela rodovia BR-163. O corredor a ser consolidado pela EF-170 e a rodovia BR-163 constituirá uma nova rota para a exportação da soja e do milho no Brasil. O empreendimento aliviará as condições de tráfego nessa rodovia, com o objetivo de diminuir o fluxo de caminhões pesados e os custos com a conservação e a manutenção.
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