Bolsonaro e PT se unem para apoiar candidato de Alcolumbre á presidência do senado

Tanto Bolsonaro como o PT tem agido fortemente pelo fim da Lava Jato, operação que mais prendeu bandidos do colarinho branco no País.


 Quarta-feira, 13 de janeiro de 2021 

O título ideal dessa matéria seria: Corrupção alia Bolsonaro e PT, veja porque.  

Em decisão unânime, os seis senadores do PT decidiram na última segunda-feira apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência da Casa, nome defendido pelo atual presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) e que também conta com a simpatia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A união entre os adversários já vem acontecendo em votações de algumas pautas no Senado e Câmara Federal, além de nomeações de cargos expressivos feitos pelo presidente Bolsonaro a figurões de fortes ligações com o PT, tais como o Ministro da Justiça, André Mendonça, o Advogado Geral da União (AGU) José Levi, o Procurador Geral da União Augusto Aras e o Ministro do STF Kássio Nunes. 

Importante ressaltar que todos os nomeados por Bolsonaro acima, são contra a Lava Jato, bandeira que Bolsonaro vestiu para se eleger e depois colocou-se contra, principalmente para proteger seus filhos, com dezenas de denúncias de corrupção. Já o PT, todos sabem, teve dezenas de pistolões presos pela operação, entre eles, o ex-presidente Lula. 

O líder da bancada, Rogério Carvalho (PT-SE), disse que o histórico de Pacheco é suficiente para que os petistas confiem “na coerência do senador, condições dele para dirigir a Casa e independência com relação aos outros poderes.”

Carvalho negou qualquer incômodo interno com o apoio de Bolsonaro a Pacheco, manifestado na última sexta-feira durante encontro com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), um dos emedebistas cotados pelo partido para a disputa pela presidência.

“Incomodaria a nós se as posições do Rodrigo (Pacheco) não guardassem coerência com a sua postura de vida, seu histórico como advogado e decisões (parlamentares). Independentemente de outros apoios (como o de Bolsonaro), não vamos viver um Fla-Flu eternamente.”, assumindo que não serão opositores de Bolsonaro para sempre. 

Rogério Carvalho afirmou que a decisão não foi tomada ainda na semana passada porque o senador emedebista Eduardo Braga (AM), que também era um dos nomes possíveis da legenda para tentar a presidência do Senado, pediu uma reunião. Mas segundo ele, Braga não estava na condição de pré-candidato, mas na de líder do MDB.

O líder do PT admitiu que a participação do partido na Mesa Diretora e em comissões do Senado fez parte das negociações para o apoio à candidatura de Pacheco, mas disse que os espaços serão preenchidos respeitando a proporcionalidade.

“(Isso) foi discutido mas vai ser abordado mais adiante.” O PT negocia espaços em comissões da Casa, entre eles a presidência da Comissão de Assuntos Sociais.

Na semana passada, o senador Rodrigo Pacheco já havia conquistado o apoio do PSD, com 11 senadores, segunda maior bancada do Senado, do PROS e do Republicanos, cada um com 3 senadores. No caso do Republicanos, um dos senadores é Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Com o apoio do PT e contando com os votos do DEM, seu partido, Rodrigo Pacheco já conta com 28 senadores ao seu lado para as eleições de 1° de fevereiro.

Em nota, o PT reforçou que o partido “tem bastante claro que a aliança com partidos dos quais divergimos politicamente, ideologicamente e ao longo do processo histórico se dá exclusivamente em torno da eleição da Mesa Diretora do Senado Federal, não se estendendo a qualquer outro tipo de entendimento, muito menos às eleições presidenciais.

Na verdade, o que une Bolsonaro e o PT, é a Lava Jato. Ambos querem o fim da operação que já prendeu muitos petistas, todos soltos durante o governo Bolsonaro, além de Bolsonaro também se preocupar com as denúncias dos seus filhos, atolados no mar da corrupção, e futuramente, o próprio presidente poderia ser alvo da operação, assim que sair do governo, por isso, tanto insiste em acabar com a operação que mais prendeu bandidos do colarinho branco na história do Brasil.  

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