PF deflagra operação contra hackers que desviam dinheiro de prefeitura pela internet

 Após acessar a conta bancária, eles  transferiam dinheiro, pagavam boletos e convertiam os valores em criptomoedas.  


 16 de dezembro de 2020 

Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (16) a Operação Dois Fatores, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha que desviava dinheiro da conta bancária de servidores da Prefeitura de Pontes e Lacerda (448 km ao Oeste de Cuiabá), por meio da internet banking. Estima-se um prejuízo de R$ 2 milhões nas transações fraudulentas.

Entre os integrantes do grupo, há hackers e funcionários de operadoras de telefonia espalhadas pelo país. Ao todo, 70 policiais cumprem 28 mandados de prisão judiciais, sendo 11 de prisão e 17 de busca e apreensão, nos estados de Goiás, Pará, São Paulo, Maranhão, Bahia e Distrito Federal.

Apesar da prefeitura da cidade de Mato Grosso ser alvo dos criminosos, nenhum dos mandados é cumprido no estado. As ordens judiciais foram expedidas pela 2º Vara Federal de Cáceres. Estima-se que em 4 dias, o potencial dos taques em prefeituras do país tenha resultado em um prejuízo de R$ 18 milhões.

De acordo com as informações, a denúncia partiu da Caixa Econômica Federal, que tinha as contas invadidas. Na ação, a PF vai prender os operadores do esquema, bem como os beneficiários – que recebiam os valores. Além disso, vai apreender provas para relacionar os crimes cometidos pelo grupo, que usava o ataque cibernético para furtar o dinheiro e os convertiam em criptomoedas.


Investigação

Conforme a PF, os ataques eram direcionados a servidores que ocupam o primeiro escalão das prefeituras municipais. Após conseguir o acesso à conta bancária, eles transferiam dinheiro para os beneficiários, pagavam boletos e convertiam os valores em criptomoedas.  

O nome da operação é uma referência à metodologia de autenticação em dois fatores. A autenticação em dois fatores é um recurso disponibilizado por vários sistemas que oferece uma etapa adicional de segurança no processo de acesso às contas. A primeira etapa é, em regra, uma senha de acesso.  

A segundo etapa é a solicitação de uma informação adicional (além da senha) para realizar o login (pode ser, por exemplo, uma confirmação de e-mail). A autenticação em dois fatores, por proporcionar uma segunda verificação de quem está  acessando o dispositivo informático, confere maior segurança às  operações, sobretudo financeiras, realizadas na internet.

Os responsáveis pelas condutas delitivas investigadas serão indiciados pela prática dos crimes de "Invasão de Dispositivo Informático Mediante Fraude" e "Furto Qualificado", previstos nos Arts. 154-A, § 3º e 155, § 4º, II do Código Penal, respectivamente. (Com informações da assessoria de imprensa)




Digoreste News, com GD


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