Índios são removidos de aldeias próximo a Cuiabá por causa de incêndios

O fogo já dura 8 dias da região, mesmo com as ações de combate do Corpo de Bombeiros e voluntários

Imagens GD

 Cuiabá-MT, Terça-feira, 15 de Setembro de 2020 

Devido às intensas queimadas que ameaçam aldeias indígenas em Santo Antonio do Leverger, 45 índios da etnia Bororo foram removidos de suas casas e levados para Casa de Saúde Indígena (Casai), em Rondonópolis (215 km ao Sul). A mudança foi concluída na madrugada desta segunda-feira (14).

De acordo com o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá, Audimar Santos, a equipe médica que atende a comunidade recomendou que as pessoas com doenças respiratórios fossem retiradas do local. A medida considerou a densa fumaça que paira na região por causa de muitos incêndios e também casos de covid-19 entre os índios.

O fogo já dura 8 dias da região, mesmo com as ações de combate do Corpo de Bombeiros e voluntários. Ninguém se feriu e as habitações de palha ainda não foram atingidas pelo fogo.

“Não foram todos retirados. Só aqueles que estavam com problemas de saúde e estavam com a saúde mais em risco. Alguns foram para Rondonópolis e outros preferiram ficar com parentes em aldeias vizinhas”, explica o coordenador.

Os Bororós que foram levados para Rondonópolis moram no Posto Gomes Carneiro, que faz parte da terra indígena Tereza Cristina. Ainda não há informações sobre quanto tempo irá durar a estadia na Casai.

O coordenador afirma que houve mortes de indígenas por conta da covid-19, mas a situação está controlada nas últimas semanas.

Queimadas em terras indígenas

O Instituto Centro da Vida (ICV) aponta que pelo menos 80 famílias que moram na Terra Indígena Baía dos Guató, no Pantanal, entre Barão de Melgaço e Poconé, estão ameaçadas pelo fogo. Quase 10% da área pantaneira foi consumida por incêndio desde seu início, em julho.

A Terra Indígena Perigara tem 35 famílias e as chamas já tomaram mais de 8 mil hectares. Situada em Barão de Melgaço, está e a comunidade mais atingida.

Já a Terra Indígena Tereza Cristina perdeu 12% de área para o fogo, que atingiu 3,3 mil hectares.

Segundo o ICV, das três Terras Indígenas impactadas, a Baía dos Guatós lidera a lista com 89 focos de incêndio, seguida da TI Perigara com 48, e da TI Tereza Cristina com 11.



Digoreste News com GD

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