Polícia fecha açougues que vendiam carne de gado roubado na Baixada Cuiabana

53 ordens judiciais foram expedidas contra uma quadrilha especializada em crimes de roubos, furtos e receptação


A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) fechou três açougues localizados na Baixada Cuiabana foram fechados na manhã desta quinta-feira (20), por comprar carne de gado roubado em fazendas de Mato Grosso.

A ação foi realizada durante uma operação com objetivo de cumprir 53 ordens judiciais contra uma quadrilha especializada em crimes de roubos, furtos e receptação. Entre os alvos está um policial militar da ativa. O prejuízo causado é de R$ 3 milhões.

As investigações iniciaram há cerca de um ano. O delegado Fabiano Pitoscia, em coletiva de imprensa, explicou que foi feito levantamento de boletins de ocorrência e observado grande quantidade dos crimes na mesma região.

“Evidentemente fomos atrás das pessoas já identificadas com esse modus operandi e começamos a investigação tendo os suspeitos. Avançamos e conseguimos identificar 24 pessoas na organização criminosa. Dentre as práticas de roubo, furto e receptação, conseguimos que a justiça concedesse mandados de prisão, busca e apreensão, suspensão de atividades comercial, bem como mandados de sequestro de bens”, afirmou.

Ainda conforme o delegado, o gado subtraído já tinha um destinatário. Os proprietários dos açougues compravam abaixo do preço e tinham conhecimento que se tratava de produto de origem criminosa.

Entre os alvos da associação está um policial milita da ativa de Cuiabá, cuja identidade não foi divulgada. O delegado explicou que ele foi identificado como membro, no entanto, o papel de cada integrante ainda está sob sigilo até o término das prisões. Dos 24 alvos, ao menos 20 já foram presos. 

Os mandados referentes a crimes de organização criminosa, roubo majorado e furto qualificado são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Acorizal, Jangada, Barra do Bugres e Nova Mutum.

Para praticar os crimes, o grupo criminoso rendia os moradores e funcionários, os mantendo em cárcere privado até realizarem a subtração dos animais, deixando a propriedade somente após o gado ser desembarcado no local em que ficaria escondido.

Há crimes que os criminosos permaneceram mais de dois dias na propriedade, obrigando funcionários a preparar as refeições para eles, diante do total desprovimento de segurança na região. Em alguns casos, eles aproveitavam para subtrair tratores e equipamentos da propriedade.

As investigações contaram com apoio do Indea de Cuiabá, Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Várzea Grande, Delegacia de Diamantino. Delegacia de Chapada dos Guimarães e Diretoria de Inteligência.

Participam da operação policiais das Derf Cuiabá, Diretoria de Inteligência, Gerência de Operações Especiais (GOE), Delegacia de Barra Do Bugres, Delegacia Regional de Nova Mutum, Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG), Delegacia Especializada do Adolescente de Várzea Grande (DEA-VG), 1ª, 2ª e 3ª Delegacia de Polícia, DEDMCI-VG, Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA).

Nome da operação: A expressão Mahyas é uma das origens da palavra “Máfia”.



Digoreste News com Olhar Direto

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