Comércio varejista de produtos farmacêuticos também sente o impacto da Covid-19 no MT

Para combater as fake news, o Sincofarma-MT orienta os proprietários a serem cautelosos com os clientes.


A pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) trouxe, de certa forma, impacto até para os segmentos considerados essenciais, como o de produtos farmacêuticos em Mato Grosso. Apesar da alta procura por produtos de higiene, o baixo estoque provocou escassez em muitos estabelecimentos comerciais. O presidente do Sindicato do Comércio Varejistas de Produtos Farmacêuticos do Estado de Mato Grosso (Sincofarma-MT), Hamilton Domingos Teixeira, explicou em entrevista para a Fecomércio-MT, que houve sim impacto no segmento. Além disso, o presidente fala das notícias falsas sobre supostas curas da doença que assola todo o mundo, os testes rápidos e a atuação de governantes e representantes de classe neste momento crítico, tanto na saúde quando na economia em nosso estado.

Apesar de ser considerado atividade essencial, a crise econômica provocada pela Covid-19 afetou o segmento no estado?

Tivemos um momento de incremento nas vendas no período de 17/03 a 25/03, muito fora do normal do setor, com o passar dos dias e meses, os atendimentos/vendas foram se normalizando, até atingirmos a falta de alguns produtos em vários estabelecimentos, como álcool gel, luva, máscaras, touca, por exemplo. Com isso, diminui-se consideravelmente as vendas no setor.

O relatório da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostrou um aumento nas vendas on-line de medicamentos, como foi a atuação das farmácias no estado nesta modalidade de venda?

Este modelo de venda – on-line – vinha a passos lentos, pois é mais interessante para o cliente estar dentro das farmácias e drogarias. Com isso, temos a oportunidade também de oferecer outros produtos, além da possibilidade de ver outros lançamentos. No entanto, muitas farmácias e drogarias passaram a implantar este modelo de vendas para facilitar as vendas para os clientes.

As notícias falsas sobre supostas curas da doença provocam uma corrida por fármacos? Como os comerciantes e o sindicato estão lidando com isso?

Sim, as fake news são muito prejudiciais. Para combater isso, o Sincofarma-MT orienta os proprietários a serem cautelosos com os clientes.

Em relação aos testes rápidos de Covid-19, como foi a procura nas farmácias após autorização da Anvisa?

Devido à falta de testes em âmbito nacional e o seu valor alto custo, a procura tem sido muito baixa.

Que medidas os estabelecimentos comerciais tiveram que tomar para realizar os testes sem se tornar um propagador da doença? Quantas estão autorizadas a fazê-las?

Para as farmácias e drogarias que optaram por este serviço, tiveram que se adequar às normas da vigilância sanitária. Após isso, elas estão aptas para procederem com os testes.

Como o senhor tem visto a atuação de nossos governantes nas tratativas para superar a crise?

Vejo de forma muito lenta, em todos os aspectos, tanto na agilidade para a criação de mais leitos para atendimento aos pacientes, como também na lentidão no socorro em relação a liberação de recursos para as empresas. Como sempre, muita burocracia.

Como a entidade vê o papel da Fecomércio-MT neste período de pandemia?

Bem atuante frente às informações repassadas para as empresas, excelente parceira das empresas em criar manual explicativo para a reabertura e retomada das atividades do comércio em geral. Preocupada ainda com a sobrevivência das empresas em geral.


E o papel do dirigente sindical neste momento de pandemia?

Temos o dever de estar em sintonia com os associados para orientá-los frente a todas as medidas provisórias criadas, fornecer atenção às empresas neste momento tão delicado, auxiliar nas negociações trabalhistas, negociações com o sistema financeiro (bancos e cooperativas), buscar parcerias para minimizar os impactos negativos em nosso segmento, promover ajuda em todas as esferas, tanto aos proprietários e também aos seus colaboradores.

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