BAGUNÇADO - Bolsonaro prega reabertura, filho vota para adiar eleição

Senador ajudou a aprovar emenda constitucional que adia pleito para novembro em razão da Covid


Filho de peixe Enquanto o presidente vem defendendo a reabertura das atividades, seu filho votou nesta terça (23) a favor da tese de que a pandemia é motivo suficiente para adiar as eleições. 

Flávio Bolsonaro foi um dos 67 votos favoráveis à mudança. No segundo turno, o senador não votou e o adiamento foi aprovado por 64 a 7.

Em resumo: Se o coronavírus que matou mais de 53 mil pessoas no país até hoje, é só uma gripezinha e a reabertura do comércio se torna necessário, não há necessidade de adiar as eleições, afinal, não há perigo, ou não é?

Logo, os comerciantes vão entender que no Planalto só existe "Me engana que eu gosto", porque se o presidente tanto se preocupa com a economia e vê necessidade do país abrir promover uma reabertura, ele teria decretado essa reabertura, mesmo que viesse a ocorrer ações judiciais, mas, até agora só boquejou, armou confusões, e sempre que é questionado sobre sua inércia, o presidente afirma que o Supremo Tribunal Federal o proibiu de agir, transferindo a gerência da crise para governadores e prefeitos. É conversa mole.

A Suprema Corte apenas reconheceu, em decisão unânime, que estados e municípios têm poderes para tomar providências como o isolamento social e o fechamento do comércio durante a pandemia. Medidas que Bolsonaro ameaçava desfazer por decreto.

Durante o julgamento, os ministros do Supremo esclareceram que a decisão não eximia Bolsonaro de suas responsabilidades. É inconcebível, por exemplo, que o presidente não tenha instalado um comitê de crise, com representantes de governadores e prefeitos.

É inacreditável que o Ministério da Saúde não tenha publicado até hoje um plano de manutenção e de saída do isolamento social. Algo que contemplasse as diferenças regionais e fixasse parâmetros a serem seguidos em cada estágio da pandemia.

O negacionismo de Bolsonaro evoluiu da omissão para a sabotagem. É notável o refinamento, o cuidado, o acabamento extremo com que o governo atingiu a irresponsabilidade sanitária. Nela, misturam-se desde a desmontagem do Ministério da Saúde até o incitamento à invasão de hospitais estaduais e municipais por bolsonaristas guindados pelo "mito" à condição de fiscais



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