Franceses retiram do ar o próprio estudo que garantia Cloroquina para Covid-19

Estudo francês que listava benefícios da hidroxicloroquina contra a Covid-19 foi retirado do ar pelos próprios autores


Um estudo francês que dissera ter encontrado benefícios da hidroxicloroquina combinada ao antibiótico azitromicina no tratamento da Covid-19 foi retirado por seus próprios autores.

Trata-se de uma das pesquisas de maior repercussão sobre o assunto, que ganhou popularidade ao ser difundida pela Fox News nos EUA. O médico francês Didier Raoult, o maior defensor da cloroquina e da hidroxicloroquina contra o coronavírus, havia tuitado a pesquisa, classificando-a como "muito boa".

No Brasil, ela foi amplamente difundida em redes sociais, inclusive para pressionar o então ministro da Saúde, Nelson Teich, a liberar o uso amplo de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, com hashtags como #TeichLiberaCloroquina. O ministro acabou deixando o cargo.

A pesquisa intitulada "Hidroxicloroquina mais azitromicina: potencial em reduzir a morbidade em hospital da pneumonia Covid-19"  foi realizada por uma equipe do Hospital Raymond-Poincaré e liderada pelo médico Benjamin Davido.

Na verdade, o trabalho em questão jamais foi publicado em revista científica com revisão por pares - o processo normal de publicação em ciência. Ele havia sido apenas postado, em 11 de maio, no repositório de pesquisas medRxiv, de onde os próprios autores o retiraram nesta sexta-feira.

No lugar do estudo, agora há somente a mensagem: "Os autores retiraram este manuscrito e não querem que seja citado. Devido à controvérsia sobre a hidroxicloroquina e à natureza retrospectiva de seu estudo, eles pretendem revisar o manuscrito depois da revisão por pares".

Não ficou claro por que os autores recolheram seu estudo. Davido, o principal autor, também não se pronunciou.




Agência O Globo

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