Tragédia de Covid-19 fez muito mais mortos do que dizem os dados oficiais

  Números subestimados  


  Covid-19 não escolhe vítima: levou jovem, idoso, saudável e doente. Dados oficiais não dão conta da tragédia  


  5.901 Mortos  

  É essa a contagem oficial das vítimas da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil até essa quinta-feira (30). Mas esse número é subestimado — do ponto de vista da matemática e também do drama que os dígitos são incapazes de traduzir.  

  No que se refere às contas, o número governamental está defasado por ignorar quem deixou de respirar antes de o resultado do exame ficar pronto e confirmar a infecção por coronavírus. E também por excluir quem morreu em casa sem direito a atendimento médico, internação e testagem — sem direito mesmo de virar estatística oficial.  

  E sob a ótica da dor, os números, que podem parecer pequenos em um país de 210 milhões de pessoas, são na verdade limitados e cruéis: enterram debaixo de cifras coletivas histórias individuais de gente como a sargento Magali Garcia, que não fará 47 anos, ou o advogado Maurício Suzuki, morto dias após o 26º aniversário.  

  Segundo o Ministério da Saúde, 60% das vítimas da covid-19 eram brancas, 32% pardas e 6%, pretas. 30% tinham menos que 60 anos. Todos tiveram os planos interrompidos por uma doença que ainda não tem cura, mas para a qual há prevenção: o distanciamento social e o fornecimento de equipamentos de proteção para quem precisa continuar trabalhando  .

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