Nilo Póvoas - Alunos e professores protestam contra fechamento da Escola

Governo mente com números de alunos e fecha escola com mais de 50 anos de história na capital de MT


Alunos e professores na Escola Estadual Nilo Póvoas protestaram contra o fechamento da unidade. Os manifestantes se concentraram em frente a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), na manhã desta sexta-feira (24).

Após longa espera, representantes do protesto conseguiram uma reunião com a pasta e expor os argumentos para a manutenção da unidade.

De acordo com o coordenador da Nilo Póvoas, Marco Antonio, a justificativa de falta de alunos apresentada pelo governo não se sustenta. A Seduc afirma que a escola tem 130 alunos, mas isso não é realidade, segundo o professor. Hoje a unidade tem mais de 600 alunos e o prédio abriga também a Escola Estadual Barão de Melgaço e salas do projeto Nova Chance de educação para reeducandos.

À noite não há aulas. Como a escola é plena, os estudantes passam o dia todo no local. “A gente reconhece que o uso está abaixo da expectativa, mas não é como a Seduc está falando. Além disso, não há mais procura por falta de incentivo do governo. No ano passado, passaram por aqui 230 novos alunos. Para 2020, teríamos pelo menos mais 120 novas matrículas”, afirma o coordenador.

Marco Antonio afirma que há um projeto da escola para abertura de mais turmas, mas que não foi aprovado pelo governo do Estado.

Segundo ele, a análise divulgada pelo Estado foi feita dentro da Seduc, não houve visita técnica à Nilo Póvoas para se apurar a real situação. O comunicado do fechamento surpreendeu a todos.

Ex-alunos da escola fizeram coro ao protesto. Solanyara Maria da Silva, 42, hoje é doutora em nutrição, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ela estudou por 10 anos, entre 1982 e 1992, na Escola Nilo Póvoas e atribuir à educação recebida ali as conquistas até se tornar doutora.

“A escola tem um bom ensino, tem história. Poderiam desativar outras unidades que estão em situação precária e trazer os alunos para a Nilo. É uma escola com estrutura diferenciada, que oferece qualidade de ensino. A escola sempre foi referência no estado. É impossível o governador, a Seduc, querer fechar uma escola do porto do Nilo Póvoas”, afirma a doutora.

Ao comunicar o fechamento da unidade, a Seduc anunciou que o espaço será transformado em escola Centro de Referência em Educação Inclusiva.

Segundo, Solanyara, que é mãe de deficiente, a escola precisaria de muitos reparos e adaptação, pois o projeto não favorece a acessibilidade para alunos com deficiência. “Eu não colocaria meu filho para estudar alí”. A ex-aluna é a idealizadora de um abaixo-assinado contra o fechamento da escola, que já recebeu mais de duas mil assinaturas.




Digoreste News com informações do GD

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