Aos gritos de Mito, multidão recebe Bolsonaro que caminha com Moro

Presidente quebrou protocolo ao descer da tribuna de honra, caminhar ao lado de Sérgio Moro e ser ovacionado pela multidão com gritos de MITO


Com a Esplanada dos Ministérios lotada, o presidente Jair Bolsonaro quebrou protocolo e desceu da tribuna durante o desfile de 7 de setembro. Acompanhado pelo ministro Sergio Moro, o presidente caminhou pela Esplanada enquanto a população gritava ‘mito’ em seu apoio.

Antes mesmo de começar o desfile, as arquibancadas já estavam lotadas. Quem não conseguiu entrar para a área das arquibancadas, ficou no gramado assistindo tudo pelos telões com imagens geradas pela TV Brasil. No início do desfile, o sol deu uma trégua, com o céu encoberto por nuvens.

O mestre de cerimônias anunciou no sistema de som que o presidente quebrou um protocolo de mais de 30 anos ao descer e caminhar no desfile.

Uma parte do público que compareceu, atendeu ao pedido de Bolsonaro e estava vestida de verde e amarelo.

O abraço e caminhada ao lado de Sergio Moro são, provavelmente, uma resposta da dupla as recentes matérias da imprensa que dizem haver desconforto entre ambos em assuntos relativos à Polícia Federal e indicação do próximo PGR.

Pelas redes sociais, o Ministro da Justiça postou uma foto em que está abraçado ao Presidente da República:



O comerciante argentino Alberto Garcia Diaz, 57 anos, mora há quase 50 anos em São Paulo e pela primeira vez assistiu ao desfile na capital. “É importante participar como forma de dar valor à história do país”, disse ele, que estava acompanhado dos dois filhos, da mulher e de um primo.

Outra família que assistiu o desfile pela primeira vez em Brasília veio de Dourado, no Mato Grosso do Sul. A funcionária pública Estela Marys Barbosa, 28 anos, mudou-se para a capital federal há 3 meses e trouxe os pais – Terezinha de Jesus Barbosa Silveira, dona de casa, 63 anos, e Izaías Tavares da Silveira, eletricista, 63 anos, em visita a Brasília, para assistir ao desfile. “Eu estava com muito expectativa para assistir ao desfile, esperando chegar o dia 7 de setembro”, disse Estela.

O vigilante Breno Eleazar, 36 anos, contou que já serviu nas Forças Armadas por sete anos e chegou a desfilar em 2001. “É de arrepiar. É uma emoção muito grande quando a gente passa pelo público. Agora estou prestigiando vários amigos da ativa. Sempre que posso venho ao desfile”, afirmou.


Autoridades

Ao descer da tribuna de honra, quebrando o protocolo, Bolsonaro pegou uma batuta e faz gestos de maestro ao se aproximar a pé das arquibancadas onde fica o público

Esse foi o primeiro desfile da independência que o presidente da República participou, tendo ao seu lado na tribuna de honra, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Cercado por dezenas de seguranças, Bolsonaro foi acompanhado por alguns ministros, como Sérgio Moro (Justiça e Segurança Publica), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Em razão da quebra de protocolo, o desfile chegou a ser interrompido por alguns minutos.


Depois te retornar à tribuna, o presidente acompanhou o restante do desfile. Além de ministros e autoridades, os empresários Silvio Santos, Edir Macedo e Luciano Hang também assistiram boa parte da apresentação ao lado de Bolsonaro. Pouco antes do fim da exibição da Esquadrilha da Fumaça, que encerrou as comemorações do 7 de Setembro na capital federal, o presidente e sua comitiva deixaram a Esplanda.

Na chegada à residência oficial, o presidente desceu do carro para cumprimentar as pessoas presentes e falou brevemente com jornalistas que estavam no local. Segundo ele, a decisão de quebrar o protocolo e descer do palanque foi para estimular o sentimento patriótico das pessoas.

"Os seguranças ficam um pouco preocupados aqui, mas é um pequeno risco que a gente corre, porque a gente acha que pode despertar o sentimento patriótico do povo brasileiro", afirmou.


Política

Bolsonaro também comentou a indicação do subprocurador-geral AugustoAras para a Procuradoria-Geral da República. Ele demonstrou confiança para a confirmação do nome, pelo Senado. O nome escolhido pelo presidente precisará passar por sabatina e votação em plenário pelos senadores.

Bolsonaro permanece no Palácio do Alvorada até o fim da tarde e depois embarca, no início da noite, para São Paulo. Amanhã (8) pela manhã, ele será submetido a uma nova cirurgia, dessa vez para correção de uma hérnia incisional, como parte do tratamento que faz desde o ataque a faca que sofreu no dia 6 de setembro do ano passado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Será o quarto procedimento cirúrgico do presidente desde então. Ele passará a noite no Hospital Vila Nova Star, onde será realizada a cirurgia.

A previsão é de que Bolsonaro fique dez dias internado. O vice-presidente Hamilton Mourão assumirá o cargo a partir deste domingo e deve exercer a Presidência por cinco dias. Depois disso, Bolsonaro deve despachar de um gabinete montado no hospital.


Dados do desfile

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e o Comando Militar do Exército, a Polícia Militar registrou três ocorrências relacionadas ao uso e porte de drogas, e os Bombeiros atenderam quatro pessoas: duas pessoas que caíram, uma gestante e outra idosa; uma com problemas relacionados à pressão arterial e outra, com hipoglicemia.








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