Plenário do Senado aprova indicação de Neto de Cuiabano para Banco Central

Economista é neto de Roberto Campos, um dos idealizadores do BNDES, Banco Central do Brasil, Estatuto da Terra e do FGTS.


O Senado aprovou, no início da noite de hoje (26), a indicação do economista Roberto Campos Neto, para o cargo de presidente do Banco Central. Foram 55 votos favoráveis, seis contrários e uma abstenção. Campos Neto foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro e vai substituir Ilan Goldfajn.

Na mesma sessão, o Senado aprovou os nomes de Bruno Serra Fernandes para a Diretoria de Política Monetária e de João Manoel Pinho de Mello, que assumirá a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro. 

Campos Neto passou por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, pela manhã, e teve o nome aprovado no colegiado, antes de ser votado no plenário. Na sabatina, o economista defendeu a autonomia do Banco Central, uma das metas do governo federal.

Para o economista, objetivo da autonomia é “aprimorar o arranjo institucional de política monetária para que ela dependa menos de pessoas e mais de regras, e para que estejamos alinhados à moderna literatura sobre o tema e aos melhores pares internacionais".


Perfil

O novo presidente do Banco Central foi um dos formuladores da política econômica do governo e integrou a equipe do governo brasileiro que foi ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em janeiro deste ano.

É neto do economista, diplomata e escritor Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo econômico.

Bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia, Campos Neto atuou nos bancos Bozano Simonsen e Santander por vários anos.


Ligação com Mato Grosso:

Roberto Campos Neto, é neto do mato-grossense Roberto de Oliveira Campos, que foi eleito senador para representar Mato Grosso na década de 80 pelo PDS por 8 anos (1983-1991) e posteriormente foi deputado federal pelo Rio de Janeiro por duas legislaturas.

Roberto Campos, o avô, foi um ícone da escola liberal brasileira, morto em 2001.

O futuro presidente do Banco Central é filho de Campos Júnior, um dos 3 filhos de Roberto Campos.


O Avô Cuiabano:

Roberto de Oliveira Campos (Cuiabá, 17 de abril de 1917 – Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2001) foi um economista, professor, escritor, diplomata e político brasileiro. Nascido em Mato Grosso de uma família de origem humilde, formou-se em filosofia e teologia em um seminário católico, seguindo a carreira de diplomática após passar no concurso do Itamaraty, sendo nomeado cônsul de terceira classe em Washington, onde teve a sua formação econômica na Universidade George Washington, e logo após foi promovido a cônsul de segunda classe e foi designado segundo secretário de Washington. Foi parte da delegação brasileira da Conferência de Bretton Woods, conferência que criou o Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Após isso, juntou se à representação do Brasil nas Nações Unidas em Nova Iorque, onde fez a sua pós graduação em economia pela Universidade de Colúmbia, e foi membro da delegação brasileira de diversas reuniões e conferências.

Mais tarde, tornou-se parte da assessoria econômica do Getúlio Vargas, sendo um dos elaboradores da Petrobras, inicialmente idealizada como empresa mista sob controle majoritário ao invés de um monopólio estatal. No Governo Juscelino Kubitschek, foi um dos Presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e teve uma participação importante no Plano de Metas. Após o Golpe de Estado de 1964, ele foi ministro do Planejamento durante o governo de Castelo Branco, quando promoveu muitas reformas econômicas.

Já no fim da regime militar, foi eleito senador pelo seu estado natal de Mato Grosso e mais tarde ocupou o cargos de deputado federal pelo Rio de Janeiro até 1998 que perdeu tentando ser eleito novamente Senador pelo Rio de Janeiro, depois disso foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras e ,em 9 de outubro de 2001, morreu. Foi um dos idealizadores do BNDES, Banco Central do Brasil, Estatuto da Terra e do FGTS.


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