Cerca de 150 mil habitantes ficam sem Pediatra na noite de quinta no Coxipó

Região com mais de 150 mil moradores, na Policlínica do Pedra 90 e na UPA do Pascoal Ramos não tinha um só pediatra durante a noite.


Noite chuvosa, fragilidade maior para a saúde das crianças. Pais chegam com os filhos de carro, de bicicleta ou até mesmo a pé, com as crianças envolto a um lençol e um guarda-chuvas para protegê-los. O trajeto  entre a casa e a unidade de saúde é refeito sem que a criança seja atendida por um médico, e o retorno faz com que o (a) pequeno (a) volte ainda pior, dado as circunstancias do mal tempo e os pingos que inevitavelmente atingem a pequena alma enferma. 

Que a situação é critica na saúde pública de Cuiabá todos sabem, mas por incrível que pareça, quanto mais se fala, quanto mais se cobra, pior tem ficado. Recentemente a imprensa noticiou casos como greve de funcionários da limpeza, falta de remédios, mesmo os mais comuns, e até falta de simples materiais para curativos.

Na noite dessa quinta-feira (08) acompanhamos a agonia das crianças e o desespero dos pais na UPA do Pascoal Ramos e na Policlínica do Pedra 90, região Sul de Cuiabá. Nenhum médico pediatra para atender centenas de crianças que chegam a cada momento, independente do grau do mal sentido pelos pequenos enfermos, muitos com princípio de pneumonia, dificuldade de respiração, febre, acidentados e enfim, enfermidades de diversas naturezas. Pobres humanos sem socorro, sem a compaixão dos homens e mulheres públicos que assassinam seus munícipes, grandes, pequenos e pobres, que sem saída, só resta chorar, derramar as lágrimas do não entendimento, do não saber por onde está "O dinheiro que era pra estar aqui"

Na UPA do Pascoal Ramos, depois da meia noite, encontramos com pais e filhos que não conseguiam procurar outra unidade em outras regiões, a mais próxima seria a Policlínica do Coxipó, a cerca de 12 quilômetros dali. Além da falta de condições financeiras, ainda existe a incerteza de que lá possa encontrar um pediatra. Funcionários não sabem precisar, quando um tenta falar alguma coisa, é interrompido por outro, para impedir que a verdade seja dita. Alguns pais haviam recebido uma carona ou socorro de vizinhos, que os deixaram na porta da unidade e foram embora. Outros, perceberam que após saírem de suas casas com os filhos passando mal, viram o estado de saúde da criança agravar por ter que se adentrar a chuva que se iniciou no início da noite. Entre esses, alguns garantiram que passarão toda a noite por alí, deitados ou sentados, aguardando o próximo plantão que está marcado para iniciar as 7 da manhã, até lá, sem medicamentos, sem atendimento e sem se alimentar.

O Digoreste News tentou falar em alguns telefones da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde, porém não há o serviço de plantão nos setores de responsabilidade política. 


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