Sexualidade, suicídio e saúde são temas cotados para o Enem

A uma semana do Enem, professor cita diversos temas que podem surgir na redação

Estudantes se dedicam ao máximo nessa reta final para as provas do Enem. Em 2018 o primeiro dia do exame será 4 de novembro e com o teste de redação

Com a aproximação das provas do Enem, muitos estudantes tendem a ficar mais tensos e uma das maiores preocupações é com a redação. Teste que será feito no primeiro dia do Enem, 4 de novembro. Neste dia, além do temido desafio, serão aplicadas provas de Linguagens (Códigos e suas Tecnologias) e Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Para o professor licenciado em Letras com habilitação em Literatura, José Benedito do Nascimento Neto, 29, que atua em cursos de redação em Cuiabá desde 2012, a preparação é fundamental para o estudante ter um bom desempenho neste dia tão temeroso. Na escola em que ele trabalha, os alunos produzem de 60 a 70 textos por ano, fazem redação duas vezes na semana. “A prática da escrita é insubstituível. Não tem jeito, você só aprende a escrever, escrevendo”, ensina.

Alguns cuidados podem auxiliar no dia das provas. Segundo o especialista em redação, o texto dissertativo-argumentativo deve ser a primeira tarefa cumprida. “O aluno está descansado, com a mente livre e pode ter mais facilidade para escrever o texto”.

As dicas para a prova são: ler o enunciado com muita tranquilidade, descobrir o recorte do tema e a palavra-chave proposta pelo examinador. “Depois disso, focar no texto, fazer uma reflexão argumentativa sobre o tema proposto, estabelecer um ponto de vista, estruturar a problematização e na ideia central que vai defender no texto”, cita.

Neto revela que no momento da dissertação, o estudante deve levantar todo o repertório sociocultural que teve acesso por meio de estudos e leituras, citando informações pertinentes ao tema e produtivas, ou seja, capaz de contribuírem para sua argumentação. “Um texto de qualidade, com regras gramaticais e linguagem culta contribuem para boa pontuação da prova”.

A construção do texto deve ter parágrafos estratégicos, com clareza, intencionalidade, análise crítica, aproveitando de atualidades que enriquecem o texto. A conclusão sozinha vale 200 pontos. “Quem quer ter pontuação boa no Enem, precisa caprichar na finalização. Propor uma solução exequível levando em consideração o corpo social e que seja coerente com tudo que argumentou nos parágrafos anteriores”, sugere Neto.

O professor revela que as publicações no site e nas redes sociais do Ministério da Educação (MEC) dão indícios do tema que pode vir por aí. “Fizemos um levantamento dos temas que já foram explorados em anos anteriores e que dificilmente serão repetidos. No ano passado o tema era ‘Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil’, que abordou o preconceito linguístico e a exclusão social do indivíduo”, lembra.

De acordo com Neto, temas sociais, com enfoque nas minorias, são bastante apreciados pelos examinadores. “As questões indígenas quando aparecem é de forma transversal, pode ser que surja como tema principal. Outra aposta é no tema da comunidade LGBT, como uso do nome social, novas configurações de famílias ou criminalização da homofobia”, cita.

O professor ainda destaca temas possíveis da área saúde. “Desde um assunto como gestão do SUS até o aumento do número de jovens infectados com o vírus HIV que é registrado nos últimos anos. Outra possibilidade é que desde que foi lançado a série americana Thirteen Reasons Why, Os Treze Porquês, que fala de suicídio entre os adolescentes, a abordagem saúde mental entrou no radar. Em outros vestibulares o tema já caiu, mas no Enem não”, avalia.

Na área de cidades, o professor destaca assuntos como mobilidade urbana e habitação como possibilidades. Na quesito atualidade a questão da segurança pública está em voga. “Temos tantos viés nesse contexto como a intervenção militar no Rio de Janeiro, a violência contra os policiais, violência em sala de aula, e até a liberdade de expressão sendo ameaçada com a violência contra jornalistas”, destaca.

O tema tão falado, fake news, poderá surgir como tema da redação este ano. Mas abordando outro assunto de extrema relevância a democracia. “Em tempos de eleições tão polarizadas em que profissionais da imprensa são atacados, é bom deixar o item como uma possibilidade na prova”, reforça.


Texto publicado por Laisa Rayelen do rdnews

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