CENAS TRISTES - Funcionários de Mauro Mendes revelam passar fome - Veja Vídeo.
CALOTE EM CACOAL - Juíza Luciana Mendes Assumpção visitou os empregados de Mauro Mendes e constatou situação desumana e de escravidão. Veja Vídeo emocionante abaixo
Um vídeo que circula no WhatsApp desde quarta-feira (12.09) revela depoimentos de operários que foram submetidos a condições degradantes de trabalho no município de Cacoal, em Rondônia, e que ainda não receberam direitos trabalhista. Os relatos vão de falta de comida até dificuldade para pagar contas. Eles eram funcionários da empresa Mavi Engenharia e Construções Ltda, do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM). Candidato ao Governo neste pleito, o democrata já foi condenado pela Justiça Trabalhista neste caso, mas sempre recorre da decisão.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, que apresentou denúncia após fazer inspeções que constataram as péssimas condições dos alojamentos dos trabalhadores, Mendes ainda demitiu os funcionários sem pagar salários atrasados e verbas rescisórias e eles, vindos de vários estados do país, ficaram sem conseguir voltar para suas casas.
No vídeo, o trabalhador Josué Oliveira Pereira conta como o prejuízo causado por Mendes três anos atrás ainda afeta sua vida. “Você precisa de uma luz, precisa de uma água para lavar uma roupa, para tomar banho. E é uma situação dolorosa”, lamenta. Ele e pelo menos outros 200 funcionários amargam uma longa espera para receber direitos trabalhistas nunca honrados pelo ex-prefeito.
A gravação ainda questiona o fato de Mauro Mendes ter declarado à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio pessoal de mais de R$ 113 milhões, valor quatro vezes maior do que ele deve – R$ 35 milhões – aos trabalhadores que construíram uma linha de transmissão de energia entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, em 2015.
A dona de casa Geralda Constância, esposa de um dos trabalhadores prejudicados, chora ao relatar o sofrimento que passou pelo descaso. “Me emociono porque eu sofri muito já. Como vamos acreditar numa pessoa que contratou várias pessoas e não cumpriu? Mandou todos para rua como se fosse um cachorro e esses pais de família não são cachorros. Eles são pais de família. Ele não pode fazer isso com a gente. Dói muito por dentro. A gente tem coração. Tem que ver se ele tem coração”.
O vídeo ainda mostra trecho de uma entrevista concedida pela Juíza do Trabalho Luciana Mendes Assumpção, que assinou a decisão condenando Mauro Mendes. Ela explica que foi uma série de motivos que a levaram a proferir a sentença. “Porque não é só o fato de não receberem. Eles não recebem, não conseguem voltar para casa e ainda tem que ficar nessa situação do alojamento, que é da Mavi”, diz.
As condições precárias que os trabalhadores foram submetidos nos alojamentos disponibilizados pela empresa de Mauro Mendes são descritas na decisão da magistrada.
"O odor sentido por mim nos alojamentos e banheiros não foi criado de um dia para o outro. Não há necessidade de um especialista para chegar a essa conclusão. Um mínimo de vivência (aquela do homem médio) é capaz de distinguir o que é um dia/alguns dias de falta de limpeza e o que é precariedade/ineficiência da limpeza. Numa das fotos da inspeção, o servidor do TRT14 responsável pela filmagem, não conseguiu filmar um dos banheiros sem tampar as narinas com sua blusa", diz trecho da sentença, disponível para consulta no site da Justiça do Trabalho em Rondônia sob o número 0001983-71.2015.5.14.0041.
Outro trabalhador, o senhor Teodoro aparece no vídeo demonstrando indignação com o fato. “Deve para os outros e não paga. Deixar a turma tudo na mão passando fome? Não dá pra confiar, não. Se fosse honesto tinha acertado com todo mundo, não tinha deixado ninguém na mão aí. É uma vergonha. Um cara rico, não sabe o que faz com tanto dinheiro, deixar os funcionários dele passar fome. E se ele for governo, o que não vai fazer? É triste ficar sem receber e o cara com dinheiro dos outros lá embolsado. Está bem de boa, né? Não deu conta de pagar os peões dele como é que vai arrumar o estado?”, afirma.
Veja Fotos que a Justiça anexou no processo, do ambiente de convívio dos funcionários de Mauro Mendes
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